A presença do substantivo, para marcar o traço genérico do que se descreve. Além disso, muitos adjetivos e locuções para descrever o conjunto de características de forma bem específica. Assim é que se conquista o primoroso detalhamento.
Os verbos de ligação serão priorizados por trazerem mais facilmente a coordenação das ideias. Ou ainda o predomínio do verbo no pretérito imperfeito ou mesmo no presente do indicativo. É como se as descrições criassem quadros vivos à nossa frente.
O uso do verbo no pretérito vai materializar como “presente” tudo o que já passou. Muito comum o uso de comparações e metáforas para que os interlocutores tenham mais capacidade visualizar o que se descreve. Vamos observar um exemplo? Fique ligado!
Resumo:
Clarinete
O clarinete que possuo foi obtido após o meu nascimento, doado como presente de aniversário por meu bisavô, um velho músico, do qual carrego o nome sem tê-lo conhecido. O clarinete é feito de madeira, possui um tubo predominantemente cilíndrico formado por cinco partes dependentes entre si, em cujo encaixe prevalece a cortiça, além das chaves e anéis de junção das partes, de meta. Sua embocadura é de marfim com dois parafusos de regulagem, os quais fixam a palheta bucal.
Sua cor é confundivelmente marrom, havendo partes onde se encontra urna sensível passagem entre o castanho-claro e o escuro. Possuindo cerca de oitenta centímetros e pesando aproximadamente quatrocentos gramas, é facilmente desmontável, o que lhe confere a propriedade de caber numa caixinha de quarenta e cinco centímetros de comprimento e dez de largura.
Com pouco mais de um século, este clarinete permanece calado, latente, sem produzir sons nem músicas, pois, não herdei o dom de meu bisavô e nunca me interessei por este tipo de instrumento, mas, quem sabe se daqui a alguns anos não aparecerá um novo João Rodolfo, que herde ao mesmo tempo, de seus bisavôs e tataravôs, respectivamente, o instrumento e o dom.
João Rodolfo Cavalcanti A. de Araújo