Há dois textos abaixo que ilustram bem essa subdivisão. No primeiro, apresentamos uma descrição em modelo dinâmico. As paisagens apresentados correspondem a movimentos. Já no segundo texto, o que vai chamar a atenção é o domínio da imobilidade. Confiram.
“Brancas rochas, pelas encostas, alastravam a sólida nudez do seu ventre polido pelo vento e pelo sol; outras, vestidas de líquen e de silvados floridos, avançavam como proas de galeras enfeitadas; e, de entre as que se apinhavam nos cimos, algum casebre que para lá galgara, todo amachucado e torto, espreitava pelos postigos negros, sobre as desgrenhadas farripas de verdura, que o vento lhe semeara nas telhas. Por toda a parte a água sussurrante, a água fecundante… Espertos regatinhos fugiam, rindo com os seixos, de entre as patas da égua e do burro; grossos ribeiros açodados saltavam com fragor de pedra em pedra; fios diretos e luzidos como cordas de prata vibravam e faiscavam das alturas aos barrancos; e muita fonte, posta a beira de veredas, jorrava por uma bica, beneficamente, à espera dos homens e dos gados…”
“A republica era muito no alto, sobre três andares, dominando uma grande extensão. Viam-se de cima as casas acavaladas uma pelas outras, formando ruas, contornando praças. (…) Mais para além pressentiam-se os arrabaldes pelo verdejar das árvores; ao fundo encadeavam-se cordilheiras, graduando planos esfumados de neblina.”
(Casa de Pensão, Aluisio Azevedo).