Utilidade Marginal vs. Teoria do Valor-Trabalho
Por Victor Palandi
Quando falamos de economia, muitas teorias surgem para tentar explicar comportamentos de consumidores e também comportamentos de governos ante os desafios econômicos impostos quase que diariamente.
Neste artigo, nós vamos falar de duas teorias que procuram explicar como chegamos aos valores de certos produtos: a Teoria da Utilidade Marginal e a Teoria do Valor-Trabalho.
Portanto, vamos tentar identificar qual delas é mais adequada e qual delas é mais próxima do que se entende por realidade na hora de valorar coisas que nos parecem coisas tão essenciais ou não.
Resumo:
Teoria da Utilidade Marginal
Esta teoria, que é também conhecida apenas por Lei da Utilidade Marginal, define que há uma relação econômica que determina que o valor de um produto diminuí à medida que uma unidade é consumida em larga escala.
Portanto, por esta teoria, um produto deixa de custar muito a partir do momento em que ele passa a se tornar abundante demais, o que faz com que sua utilidade marginal diminua.
E um bom exemplo para ilustrar como esta teoria se fundamenta pode ser visto no chamado paradoxo da água e do diamante, que indica os motivos pelos quais o diamante é mais valioso do que a água.
Segundo este paradoxo, a água, apesar de ter grande utilidade total para as pessoas, possui baixa utilidade marginal, já que é abundante o que faz com que seu valor seja baixo, enquanto que o diamante, apesar de ser algo supérfluo, apresenta um valor muito mais elevado, por conta de sua alta utilidade marginal, já que se trata de algo extremamente escasso.
Teoria do Valor-Trabalho
Esta teoria, que é muito associada a Adam Smith e David Ricardo, e que também pode ser associada a Karl Marx procura explicar que o ato de determinar o valor de um produto específico depende de uma série de fatores importantes a serem considerados.
De todos os fatores, o mais importante para determinar o valor econômico de um produto ou mercadoria deverá ser a quantidade de trabalho que foi necessária para que a produção deste produto em questão.
Deste modo, podemos entender que a Teoria do Valor-Trabalho indica que toda a produção econômica deverá ser em sua essência, coletiva, sendo que esta lógica será quebrada apenas em algumas raras exceções em que um indivíduo faz algo para si mesmo.
As implicações de uma e de outra
Trazendo para o nosso mundo moderno, para nossa realidade e para o nosso dia a dia, é possível entender que a Teoria da Utilidade Marginal realmente tem certa validade, já que ela é aplicável em situações em que vemos produtos raros ou únicos sendo valorados de modo estratosférico.
Já a Teoria do Valor-Trabalho, infelizmente perde um pouco da força quando percebemos que há uma lógica muito mais voltada para os custos de produção do que para a quantidade de trabalho em si sendo utilizada para valorar produtos.