Reflexão: Über e a ameaça aos cartéis de táxi
Por Victor Palandi
Os taxistas brasileiros sempre tiveram muita proteção por parte do estado, especialmente por conta de sua regulamentação e por conta da emissão de licenças, que sempre fizeram com que apenas algumas pessoas pudessem exercer a profissão.
Quem não consegue pagar os altos valores das licenças para atuar como taxista nas principais cidades do Brasil tem de recorrer às cooperativas, que proliferam no setor, formando verdadeiros cartéis de táxi.
Com a chegada dos aplicativos como o EasyTaxi, que permitem aos usuários localizar e chamar táxis por meio dos seus smartphones, as cooperativas passaram a sentir o peso da tecnologia a ameaçar seu domínio neste negócio tão lucrativo.
Só que ao invés de se reinventar e de melhorar seus serviços, as cooperativas passaram a atacar este tipo de aplicativo, buscando a ajuda do governo para que algum tipo de regulamentação para este tipo de serviço fosse feita.
Com isto, mais uma vez, os cartéis de táxi dentro do Brasil conseguiram se manter como os “donos do pedaço”, com preços altos e serviços que simplesmente não melhoraram em nada.
Só que com o lançamento de serviços como o Uber, que é um aplicativo que dispensa o uso das cooperativas e que dispensa até mesmo o uso de táxis pode de fato ameaçar o seu domínio, já que são serviços de carona.
Resumo:
Polêmica
No entanto, os cartéis de táxi, não apenas no Brasil, como em outros lugares do mundo, podem estar com a razão desta vez, já que aplicativos como o Uber e similares, não oferecem caronas solidárias.
As caronas são pagas, por meio de doações, é verdade, mas são pagas, e isto, de acordo com a legislação da maior parte das cidades do mundo, consiste em crime, já que cobrar por transporte em veículo particular é ilegal.
Com isto, o Zaznu, que já figura em funcionamento no Rio de Janeiro, e que é um serviço similar ao Uber, recebeu ataques diretos dos taxistas da cidade maravilhosa, que alegam que ele se trata de uma prática ilegal.
O sindicato e as cooperativas criaram, entre outras coisas, páginas em redes sociais para alertar para o que chamam de “farsa”, já que se trata de um serviço pago que pode criar problemas para os táxis e para toda a lógica do negócio dentro do país.
A situação é tão polêmica que até mesmo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ainda não se pronunciou oficialmente de modo definitivo por se tratar de um fenômeno realmente novo. Agora resta aguardar as cenas dos próximos capítulos.