Pesquisadores envolvidos na missão Hayabusa 2, empreendida pela Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), que tem trazido amostras do asteroide Ryugu para a Terra, publicou descobertas fascinantes na última terça-feira, 9, através da revista científica The Astrophysical Journal Letters.
De acordo com as informações que foram publicadas pelos astrônomos japoneses, o corpo celeste investigado possui poeira cósmica que foi datada de um período anterior à formação do nosso Sol.
Essa poeira é constituída por pequenos grãos que foram encontrados nas amostras obtidas do corpo celeste. Eles são originados de estrelas antigas, que datam do começo da formação do nosso Sistema Solar. Por isso a descoberta é importante, pois essa poeira pode ajudar a entender melhor os eventos que acabaram dando origem ao local onde vivemos no espaço.
“Isso [a poeira coletada] nos dá uma visão mais completa dos processos formativos do nosso Sistema Solar que podem informar modelos e experimentos futuros em amostras de Hayabusa2, bem como outros meteoritos”, explicou o co-autor da pesquisa, Larry R. Nittler, através de um comunicado repercutido pela revista Galileu.
Além disso, também foram encontrados voláteis, como água e outros orgânicos, no asteroide. A poeira que foi retirada deste asteroide indicam eu alguns materiais orgânicos, como os aminoácidos (blocos construtores dos organismos vivos) podem ter sido formados no espaço. Com isso, os pesquisadores acreditam que esta pode ser uma boa pista de onde teriam saído as fontes de água em nosso planeta.
“Asteroides do tipo C, voláteis e ricos em matéria orgânica, podem ter sido uma das principais fontes de água da Terra”, disseram os cientistas que analisam as amostras.
O asteroide Ryugu teria sido provavelmente formado em alguma região periférica do Sistema Solar, onde as temperaturas acabam sendo baixas o suficiente para compostos voláteis congelarem. “As partículas Ryugu estão, sem dúvida, entre os materiais mais não contaminados do Sistema Solar disponíveis para estudo de laboratório”, disseram os pesquisadores.