Entenda a polêmica do Fosfoetanolamina
Por Victor Palandi
Você sabe o que significa o fosfoetanolamina? Trata-se da droga que ganhou repercussão nos noticiários, nos últimos dias, e que promete ser a cura para o câncer.
Isso mesmo. Esse mal que aflige cada vez um percentual maior de pessoas pelo mundo pode, finalmente, ter um medicamento para tratá-lo de maneira mais simples e eficaz.
No entanto, importante ter muita cautela com os benefícios que ela poderá, realmente, trazer.
Importante ressaltar que, até o momento, não há provas científicas de que a substância distribuída no campus de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) realmente seja a solução para o problema, além de ainda ser um medicamento com distribuição ilegal.
Nas próximas linhas, enumeramos em forma de tópico, alguns dos principais motivos pelo qual esse medicamento está promovendo tanta discussão.
Resumo:
Fosfoetanolamina em detalhes
1# – Falta de testes que comprovem a real eficácia
A substância que é sintetizada na USP São Carlos, no laboratório do químico e professor aposentado Gilberto Chierice, não passou por nenhum teste clinico em humanos que possa garantir o status de curadora do câncer.
Alguns testes em ratos e em células humanas foram realizados, mas não há dados que possam comprovar a necessidade de seu uso.
Testes de toxicidade e eficácia em pacientes com a doença não foram feitos, portanto, é difícil avaliar se, realmente, esse medicamento trará ganhos consideráveis ou mesmo se não poderá trazer algum tipo de problema.
2# – Não possui reconhecimento da ANVISA
Além de não ter estudos que comprovem sua segurança e até mesmo que ateste a eficácia de seus resultados, falta a esse medicamento o reconhecimento pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como um medicamento, o que seria necessário para viabilizar sua distribuição ou comercialização.
3# – Motivo do impasse
O motivo para o impasse e que vem provocando a discussão em torno do assunto nos últimos dias é que a USP São Carlos havia proibido a distribuição do medicamento em junho de 2014, mas, por uma decisão do Supremo Tribunal Federal, a droga foi liberada temporariamente a partir de 06 de outubro de 2015.
Sendo assim, pacientes que tiverem a doença e quiserem adquirir essa substância, só estão precisando procurar o campus da universidade.
O que está provocando tamanha discussão é que, além de estarem liberando uma droga sem os devidos testes e sem a autorização da ANVISA, ainda há um alerta da própria agência afirmando que o consumo da droga pode provocar danos à saúde, uma vez que não foi testada devidamente.
4# – Parecer da USP
Diante dessa problemática, restou a USP apenas declarar que a fosfoetanolamina não é necessariamente um remédio e deixa bem claro que não foram realizados os devidos testes e estudos clínicos para sua utilização.
Sendo assim, eles deixam para o médico assumir qualquer responsabilidade legal diante da prescrição dessa substância ao seu paciente.
E aí? Tamanho impasse não? Confiar numa droga que parece ser revolucionária para uma doença tão cruel e desumana ou se precaver aguardando para que se tenha real noção do que ela pode trazer de bom?
Vamos esperar cenas do próximo capítulo.