Como surgiram as escolas?
Por Mariana Sousa
A entrada de qualquer criança na escola é algo muito natural. Mas, será que sempre foi assim? Por ser o segundo local mais ocupado pela criança depois da casa, torna-se interessante saber como é que a escola surgiu. Não é verdade? Quais processos, transformações e escolhas foram feitas para definir que era ali que ficariam as crianças? Isso vai depender de cada povo e de como eles compreendem o conceito de educação.
No período da Antiguidade, a educação infantil surgiu como principal demanda e em diferentes civilizações. Antes disso, muitos filhos eram educados dentro da própria casa. Eram criados alguns diferentes universos para que o saber chegasse até as pessoas. Nesse momento, a divisão sobre as funções dos meninos e das meninas também já estava bem estabelecida.
A medida que as sociedades foram se tornando mais complexas, muita coisa passou a ser modificada. A instituição da política, o avanço e sofisticação econômicos fizeram com que a educação familiar fosse aos poucos sendo substituída. Nesse momento, surge a importância da figura do professor. Os verdadeiros transmissores do conhecimento, que eram especializados e contratados por famílias com maior poder aquisitivo. As salas de aulas eram improvisadas e o professor recebia sua remuneração a partir do número de alunos em sala.
Durante o período medieval, com os espaços rurais sendo mais ocupados, foram os líderes cristãos quem assumiram a educação daqueles que poderiam pagar pelo seu custeio. Os trabalhadores dos feudos não tinham acesso às instruções e ampliação dos conhecimentos. À medida que os centros urbanos foram sendo reorganizados, inclusive com desenvolvimento do comércio, as cidades também passaram a investir em instituições de ensino. A Igreja e o monopólio do conhecimento para apenas alguns abastados ainda eram constantes.
É na Idade Moderna que o cenário começa a mudar. O papel da escola passou a ser discutido, bem como o currículo e as diferentes fases do ensino. As matérias passaram a ser debatidas com maior ênfase na melhoria dos espaços escolares. A divisão de gêneros ainda permanecia forte, com supremacia da figura masculina.
O século XVIII foi decisivo, com o surgimento do movimento iluminista e suas defesas quanto ao uso da razão. A igualdade e a liberdade eram fortes bandeiras e o ambiente escolar também acabou sendo afetado por tais gritos. Nesse momento, o desejo é que não apenas as classes mais abastadas tivessem acesso à educação. Todos deveriam ser bem instruídos. Cada continente, e não apenas a Europa, passou a pensar melhor o processo educacional.
Hoje, com suas especificidades e modelos copiados da Europa, cada país precisa pensar a educação e a escola enquanto espaços de fortalecimento do seu povo. Mas, a realidade formatada pelos governantes dos países nem sempre é feita com esse cuidado. Além da escola, outros espaços de formação da crítica do indivíduo devem ser bem preservados e incentivados.