Transferidas de um alimento para outro, as proteínas podem conferir à nova planta as propriedades alérgicas do doador. As pessoas normalmente identificam os produtos que as afetam. Entretanto, com a transferencia das proteína alérgica de um produto para o outro sem o provável conhecimento, perde-se a identificação e a pessoa só vai descobrir o que lhe fez mal após a ingestão do alimento perigoso.
Enfim, são muitos os malefícios que os transgênicos podem causar. Mas a maioria dos cientistas acha que isso é paranóia. Doutor em genética e pesquisador da Embrapa, Manuel Teixeira Souza Júnior afirma que:
" A engenharia genética permite que se façam alterações pontuais nos genomas, utilizando genes cuja ação é estudada antes e depois de serem inseridas na planta. Já a obtenção convencional de híbridos por cruzamento envolve um conjunto de genes que sequer são conhecidos. É como abater um alvo no escuro."
Quanto ao argumento de que os OGMs podem provocar alergias ou mal-estar, o professor de bioquímica Walter Ribeiro, da Universidade de São Paulo (USP), afirma que mesmo os alimentos naturais apresentam inibidores de enzimas capaz de causar distúrbios.
Hoje a discussão sobre os transgênicos não é apenas biológica. É também ética e econômica. Para o atual presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Renan Proença " a discussão sobre os organismos geneticamente modificados não pode restringir-se ao campo ideológico ou do puro palpite. A agricultura de hoje é muito poluidora e a biotecnologia tem como uma das funções resolver esse problema ". Para ele a engenharia genética " é uma conquista para incrementar o progresso humano e não um monstro que deve ser combatido como um inimigo.
Uma das grandes causas dos transgênicos é em benefício da saúde. Um alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional essencial. Um exemplo é do feijão que, por inserção de gene da castanha-do-pará, passou produzir metionina, um aminoácido essencial para a vida. Ou um arroz, que geneticamente modificado, produz vitamina A. Plantas geneticamente modificadas também pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças, através produção de proteínas e até mesmo vacinas.
Outro benefício desse tipo de alimento está na diminuição do uso de agrotóxicos. Pode-se introduzir numa planta um gene capaz de faze-la ficar resistente a pragas e doenças, baixando, com isso, o custo de produção e o preço do alimento para os consumidores.
Também pode-se fazer com que a planta adquira genes que façam com que o seu período de desenvolvimento seja mais curto, o que determina uma colheita rápida e um aumento na produtividade, sem que haja um aumento no preço do produto final.
Aumento na produção agrícola. Essa é outra das grandes finalidades dos transgênicos, dizem os cientistas e defensores. Com uma população que, em 30 anos, pode ser de 12 bilhões de pessoas &ndash o dobro de hoje &ndash algo tem que ser feito para aumentar a produção de alimentos e amenizar a fome principalmente nos países subdesenvolvidos.