A FRONTEIRA AGROPECUÁRIA
A primeira forma efetiva de integração da Região ao restante da economia do País ocorreu por meio da expansão da agropecuária.
Essa expansão se deu não apenas pela criação de grandes projetos agropecuários, que acabaram levando a uma exagerada concentração de terras na Região, mas também por meio das atividades de pequenos agricultores. Com a modernização agrícola do Centro-Sul, esses agricultores foram “empurrados” em direção à fronteira norte do País, um dos poucos “territórios livres” ainda oferecidos.
As principais formas de utilização da terra no Norte foram:
Projetos privados de colonização – São realizados por pequenos produtores do Sul, que dispõem de algum capital. Em geral, produzem em maior escala gêneros como o milho, o feijão e a soja, que são vendidos a outras regiões do País.
Projetos de Colonização do Incra – Seus colonos vêm substituindo os colonos originais (que chegaram à Região no fim da década de 1960 e início da década de 1970) e têm apresentado maior capacidade de investimento na produção.
Projetos pecuários em áreas reservadas pelo Incra – Fazendeiros instalados nessas áreas extraem e vendem madeiras nobres, como o mogno, derrubam a mata, formam pastagens e introduzem a criação de gado bovino.
Grandes fazendas e empresas agroindustriais – Sua instalação ocorreu por meio de incentivos fiscais concedidos pelo governo e, muitas vezes, deu-se sobre terras devolutas, ou seja, sem dono. Nem sempre os títulos de propriedade foram obtidos de forma legal. Em alguns casos, incentivos foram dados e até mesmo empréstimos bancários concedidos sem que os projetos fossem efetivados, permanecendo apenas no papel.
RONDÔNIA: A EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGROPASTORIL
No fim da década de 1970 e início dos anos 1980, foi instituído em Rondônia o Programa Polonoroeste. Com ele, a rodovia BR-364 (Cuiabá-Porto Velho) foi pavimentada, e vários projetos de colonização foram executados.
Em quinze anos, as áreas que receberam migrantes passaram de menos de 1 a mais de 10 habitantes por quilômetro quadrado. Entre 1973 e 1985, o Estado recebeu mais de 110 mil famílias originárias de diversas regiões do País, principalmente do Sudeste e do Sul, interessadas em projetos do Incra.
No entanto apenas trinta mil conseguiram um lote planejado e assistido pelo projeto. Como o número de migrantes ultrapassou a capacidade do Incra em planejar e montar a infra-estrutura necessária, muitos deles se tornaram posseiros e até hoje esperam uma solução jurídica para sua situação.