Camões lírico – As redondilhas de Camões – A medida velha

4. Camões lírico – As redondilhas de Camões – A medida velha

As composições de Camões na Medida Velha eram bastante brincalhonas, pois faziam parte de sua mocidade. Essas composições mostravam a habilidade formal do poeta, que era bem preso às imagens, ambigüidades e trocadilhos, porém voltado para a demonstração da habilidade de manipulação das palavras e conceitos. 

Por esse motivo, os livros de Camões falavam em duas fases líricas de Camões, vejamos:

• 1ª Tradicional e popular: em que se usavam bastantes trovas, vilancetes, cantigas e esparsas, que utilizavam frequentemente motes e glosas, eram constituídas de redondilhos, dentro da medida velha, a poesia tradicional e popular, é considerada uma poesia leve, semelhante as composições do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.

• 2ª Clássica: erudita e que tinham inspiração italiana. Constituída por decassílabos, com sonetos, canções, odes, oitavas, éclogas, tercetos, sextinas entre outras. Camões foi o maior poeta de seu tempo e suas obras alcançaram diversas correntes artísticas e ideológicas do século XVI em que refletiam em suas experiências pessoais diversificadas e ricas. 

Texto I

Descalça vai para a fonte

Descalça vai para a fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.

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