5. Governo Jânio Quadros (1961)
a) Eleição – Foi eleito pelo Partido Democrata Cristão (PDC), sem nenhuma expressão política nacional. Jânio recebeu apoio da UDN, que via nele o caminho para chegar ao poder. A vitória de Jânio Quadros significava a vitória de um candidato fora do esquema dominante. Tinha como símbolo uma "vassoura": pretendia varrer toda corrupção do País.
b) Derrota do PTB-PSD – Jânio Quadros derrotara o canditado Henrique Lott, pela coligação PTB-PSD, nas eleições de 1960. Pela primeira vez, desde 1946, esta coligação perdia uma eleição presidencial. Mas não foi uma derrota total, já que o vice-presidente era do PTB. c) Vice-presidência – O vice-presidente mais uma vez era João Goulart, pelo PTB. A Lei Eleitoral dessa época permitia que se votasse em candidatos a presidente e a vice-presidente em chapas diferentes. |
d) Política externa – Apoiado em grupos nacionalistas desenvolvimentistas, Jânio Quadros adotou uma política externa independente.
e) Relações diplomáticas – O contexto internacional reatou relações diplomáticas com os países socialistas, especialmente com a União Soviética, a China e a nascente Cuba socialista. Considerando que o momento era de Guerra Fria, a aproximação com esses países socialistas era uma agressão aos Estados Unidos. A UDN rompeu com o governo Jânio Quadros, passando a defender o combate à esquerda (socialismo/comunismo).
f) Condecoração – O guerrilheiro que lutou na Revolução Cubana, Ernesto "Che" Guevara, foi agraciado pelo presidente Jânio Quadros com a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul.
g) Atitudes débeis – Proibição à briga de galos e ao uso de biquínis nas praias.
h) Golpe frustrado – Na tentativa de dar um golpe, Jânio Quadros renuncia em agosto de 1961. A intenção era que seus ministros militares e o Congresso Nacional não aceitassem a renúncia, a fim de que ele pudesse instituir um governo forte (ditatorial). A renúncia foi aceita pelos ministros militares e pelo Congresso Nacional, frustrando, assim, o plano de golpe do presidente.
i) Renúncia – O presidente Jânio Quadros renuncia no dia 25 de agosto de 1961, alegando que certas forças ocultas e terríveis tinham-se levantado contra seu governo. Na verdade, ele nunca explicou que "forças" seriam essas. Alguns trechos de sua carta-renúncia: "…sinto-me, porém, esmagado. Força terríveis levantaram-se contra mim e me intrigam ou difamam, até com a desculpa de colaboração…."
Observação – Com a renúncia de Jânio Quadros, as Forças Armadas, os grupos conservadores e a UDN tentaram impedir a posse do vice-presidente João Goulart, que se encontrava em missão oficial na República Popular da China. A Rede da Legalidade, comandada por Leonel Brizola, incentivava a resistência popular e irradiava inflamados discursos a favor da posse de João Goulart (Jango). A solução para o impasse foi a adoção do Parlamentarismo no Brasil.