Javali
A origem do javali, cuja denominação cientifica é "sus scrofa", remonta a vários milênios, é um animal muito antigo, retratado nos desenhos rupestres dos homens das cavernas.
Por Redação
A origem do javali, cuja denominação cientifica é "sus scrofa", remonta a vários milênios, é um animal muito antigo, retratado nos desenhos rupestres dos homens das cavernas. O sabor de sua carne, seu tamanho, ferocidade e bravura fizeram do Javali um dos mais cobiçados troféus de caça, desde a Idade Média.
O Javali e o ancestral do nosso porco doméstico, que resultou de vários cruzamentos, acabando por se transformar num animal completamente diferente daquele que o originou. Por causa desse distante parentesco, muitos acham que o javali é o porco da natureza, mas ocorre justamente o contrário. Bem diferente do porco doméstico, o javali adora cuidar de sua higiene, apreciando muito os banhos de água e do lodo encontrado nas margens dos rios, dos quais se utiliza para manter sua pele sempre limpa e livre de parasita.
Originário do norte da África e sudoeste da Ásia o Javali também migrou para a Europa, onde se disseminou por diversas regiões em função de sua capacidade de adaptação. Na América não é catalogado na fauna nativa; por isso é considerado um animal exótico. Possui hábitos noturnos e faro muito aguçado. Não ataca seres humanos a menos que sinta-se ameaçado.
CARACTERÍSTICA FÍSICA:
O javali-comum caracteriza-se por possuir orelhas ovais e pilosas, cauda de tamanho médio terminada por um tufo de pêlos.
Animal robusto, perfil afilado, membros fortes e ágeis e focinho longo. Seu peito e espáduas são muito poderosos, sendo que o macho adulto concentra cerca de 70% do seu peso na sua porção anterior. O javali é dotado de dois pares de presas que, nos machos mais velhos, chegam a medir 15cm. As presas inferiores, as mais longas, estão sempre em contato com as superiores, menores e arredondadas, que fazem o papel de "amoladores", mantendo as inferiores sempre bastante afiadas. |
A pelagem do javali, ao nascer, é ruiva e apresenta listras escuras longitudinais em todo o corpo que desaparecem durante os primeiros meses. Estas listras são miméticas e ajudam na sua proteção contra predadores. À medida que vai crescendo seu pelo vai escurecendo, perdendo as listras, e assumindo sua coloração final. Em alguns "tipos" essa pelagem tende mais para o pardo com reflexos negros e em outros para o cinza com nuances patinadas ou grisalhas.
O pêlo do javali é composto de cerdas longas, duras e rígidas, sempre forçadas na extremidade e, de pêlos lanosos mais ou menos longos segundo a estação. No inverno, como proteção contra o frio, ele desenvolve uma sub-pelagem mais curta e sedosa, que perde no verão.
HÁBITOS E HABTAT:
Os habitats preferidos do javali são as regiões úmidas e brejosas, cobertas de florestas e carrascos. Este animal tem o hábito de repousar numa fossa cavada no solo raso e de tamanho que lhe permita alojar todo o corpo. Quando possível, ele atapeta a fossa com musgos, ramos e ervas secas, passando boa parte do tempo aí. É esse o seu leito.
Os javalis são animais sociais que vivem em vaas ou bandos, formados pelas fêmeas, seus filhotes e os machos jovens. O amor dos machos mais velhos pela solidão valeu-lhes o apelido de "solitários". Sanglier, o nome francês do javali, vem aliás do latim singularis, que significa solitário.) Só se juntam de novo ao bando quando chega a época do cio.
Durante o dia o javali fica abrigado no mato fechado, dormindo preguiçosamente; por volta do fim da tarde ele se movimenta para procurar alimento. Procura também a água e aí brinca longamente. parece que tem uma necessidade absoluta de se refrescar, pois não vacila em percorrer um quilômetro ou dois para ir até o ponto da água. Só invade os campos depois que a noite cai e, uma vez instalado neles, é difícil desalojá-lo.
As reações do javali são sempre violentas e impetuosas, embora ele se mostre às vezes um pouco acanhado. Corre com muita velocidade, quase sempre em linha reta, sobretudo o macho, que evita volteios bruscos. Nada muito bem e atravessa largos cursos de água ou mesmo braços de mar.
Os javalis são animais prudentes, sempre atentos ao quem vem lá, mas perfeitamente conscientes de sua força e das armas temíveis que têm à sua disposição. sua visão não é muito aguda, mas a audição e o olfato são excelentes. Como o veado, o javali fareja a presença do homem a 500 ou 600 metros e pára sempre que cruza uma pista recente deixada pelo homem.
Os meios de defesa do macho adulto são temíveis. Exibe presas aceradas e cortantes, o que faz com que os golpes de seu focinho sejam extremamente perigosos, por vezes, mesmo mortais.
O grito do javali é em tudo semelhante ao do porco-doméstico. Quando nada o incomoda, exprime seu contentamento com grunhidos. Os filhotes e as fêmeas manifestam a dor com gemidos agudos. O macho, ao contrário, não se lamenta nem mesmo quando gravemente ferido, contentando-se com um rugido ameaçador.
ALIMENTAÇÃO:
O javali é onívaro, isto é, alimenta-se praticamente de qualquer vegetal e também da carne de pequenos animais. Essa característica, aliada à sua grande adaptabilidade climática, por certo muito o ajudou nas suas migrações voluntárias.
Nos bosques e pradarias, o javali procura glandes. Tubérculos ervas, insetos e vermes; no outono, nutre-se de avelãs, castanhas, batatas, rábanos e de todos os legumes. Aliás, ele come indiferentemente tudo que é vegetal ou mesmo animal, desde carne de animais mortos até a de seus semelhantes. Durante os invernos muito rigorosos, quando o alimento escasseia, o javali faz migrações às vezes bem longas. |
REPRODUÇÃO: O período do cio começa no final de novembro e dura de 4 a 6 semanas. Em geral, as fêmeas só têm uma parição por ano. Assinalam-se casos de fêmeas com 2 parições por ano, fato que é explicado pelo abastardamento, na cruza com porcos-domésticos que voltam ao estado selvagem.
Durante a época do cio, os machos solitários juntam-se ao rebanho, afastando os rivais mais jovens, e ficam em companhia das fêmeas enquanto elas estiverem no cio. Entre rivais de igual força os combatentes são muitas vezes violentos, mas raramente terminam pela morte de um dos adversários.
Como o resultado do combate é incerto na maioria dos casos, os rivais acabam se tolerando mutuamente, mesmo que seja contra a vontade . Entre 11 e 115 dias após o acasalamento as fêmeas jovens dão a luz 4 a 6 filhotes, e as mais robustas, 11 ou 12. Antes da parição a fêmea prepara uma cama confortável em uma moita fechada e forrada com musgos e folhas.
Os filhotes ficam reclusos durante o tempo estritamente necessário à busca de alimento. Em seguida, conduzindo-os pela floresta, ela ensina-os a se nutrirem e a se defenderem. É comum que várias fêmeas se grupem para criar juntas seus filhotes. Se uma delas morre, as outras tomam conta de sua prole.
Com 18 ou 19 meses de idade o javali está apto a reproduzir-se e, com 5 ou 6 anos, atinge seu completo desenvolvimento. Pode viver de 15 a 20 anos, indo muito excepcionalmente até os 30 anos.