Fra Giovanni
Por Redação
Pintor italiano nascido em Vicchio, aldeia de Mugello, cuja pintura surpreende tanto por sua qualidade técnica quanto pela profunda devoção religiosa que a inspira, segundo seus estudiosos. Seu nome verdadeiro pode ter sido Guido ou Guidolino da Pietro (isto é, filho de Pedro). Aos vinte anos ingressou no convento dominicano de Fiesole, porém sua vocação artística é tardia, pois a primeira de suas obras assinadas, Retábulo dos Linaioli (1433), quando o mesmo já teria mais de 45 anos. Estudou a arte da iluminura com Lorenzo Monaco. Quando os Medici cederam aos dominicanos (1436), o convento de São Marcos em Florença, ele participou das obras de readaptação, efetuadas sob a chefia do arquiteto Michelozzo, pintando nas celas afrescos de cenas do Evangelho. |
O papa Eugênio V chamou-o a Roma logo depois, para que pintasse os afrescos da capela do Santíssimo Sacramento, hoje destruídos. Nomeado prior de Fiesole, foi novamente chamado a Roma, por Nicolau V, onde veio a falecer. O papa compôs-lhe o epitáfio, em quatro versos latinos, e mandou que o gravassem numa simples lápide, em homenagem à modéstia do pintor. Tecnicamente pode ser considerado um pintor da primeira Renascença. Do ponto de vista espiritual, contudo, é um filho da Idade Média. Esse artista, que, buscou em suas obras prolongar o ideal religioso dos séculos anteriores, já abalado pelo aparecimento dos primeiros humanistas.
A beleza de sua pintura e a santidade de sua vida, fez com que o povo o considerasse beato, dando-lhe deram o cognome de fra Angélico, ou seja, irmão Angélico, embora a igreja não ratificasse o título. Grande parte de sua pintura dele encontra-se no convento de São Marcos, em Florença. Entre suas obras principais estão o Retábulo da Madona, em Perugia, a Coroação da Virgem cercada por anjos músicos (Louvre, Paris), o Cristo cercado de anjos, patriarcas, santos e mártires (National Gallery, Londres); a "Anunciação" (Prado, Madri), e o Juízo final (Galeria Nacional, Roma).