Quem foi Zé Bonitinho?
Por Victor Palandi
Na última quinta-feira, dia 26 de março de 2015, o Brasil chorou a morte de um de seus mais icônicos humoristas, talentoso Jorge Loredo, que lutava há alguns anos contra uma doença pulmonar obstrutiva crônica.
Loredo, que tinha 89 anos de idade, era mais conhecido de todos como o Zé Bonitinho, personagem espalhafatoso, metido a garanhão e que usava óculos grandes, terno propositalmente ridículo, bigodinho indefectível e um glorioso topete. Vamos conhecê-lo um pouco mais!
Resumo:
A criatura
Zé Bonitinho surgiu pela primeira vez na televisão no ano de 1960, no famoso programa chamado de Noites Cariocas, que era exibido pela hoje extinta TV Rio, fazendo sucesso quase que instantaneamente.
As primeiras falas do personagem eram escritas em sua grande maioria por Chico Anysio, mas alguns dos melhores bordões do personagem, que ficariam clássicos, eram crias do próprio Loredo.
Dentre eles, podemos destacar os seguintes: “Garotas do meu Brasil varonil: vou dar a vocês um tostão da minha voz…!”, “O chato não é ser bonito, o chato é ser gostoso” e “Mulheres, atentem para o tilintar das minhas sobrancelhas”.
Jorge Loredo, sempre quando questionado sobre a origem do nome do personagem, dizia que a inspiração foi um cozinheiro de um restaurante de beira de estrada, que era muito feio, e que era, por este motivo, chamado de Zé Bonitinho.
Já a concepção do personagem metido a garanhão veio de um amigo da juventude, chamado Jarbas, que também costumava tentar a sorte com as garotas sempre tirando o pente para arrumar as sobrancelhas e o bigodinho.
Loredo se divertia o imitando, e seus amigos sempre caiam na gargalhada com estas imitações, o que acabou servindo de incentivo para a criação do personagem.
O criador
Agora, depois de falarmos da criatura, que por ironia, quase sempre acaba fazendo mais sucesso do que o criador, vamos falar dele, o homem por trás deste personagem tão icônico.
Jorge Loredo nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de maio de 1925, filho de um comerciante e de uma dona de casa, na região de Campo Grande, subúrbio da cidade maravilhosa.
Com 12 anos, ele foi diagnosticado com osteomielite em sua perna esquerda, o que fez com que, por conta da dor constante, o jovem Loredo simplesmente se transformasse num garoto introvertido.
Com 20 anos, por conta da tuberculose, acabou sendo internado no sanatório, onde, por incentivo dos médicos do local, acabou participando de um grupo teatral, onde descobriu sua vocação para as artes cênicas.