Compositor e dramaturgo alemão nascido em Leipzig, um dos mais notáveis e bem sucedidos e influentes músicos clássicos de todos os tempos. Revolucionário na juventude, tornou-se anti-semita e reacionário, com idéias que se coadunavam com as do nacional-socialismo alemão, o que faria dos nazistas seus grandes admiradores. Aluno negligente, impulsivo e voluntarioso, iniciou-se como autodidata na música e na literatura, estudando detalhadamente as obras dos grandes mestres, sobretudo os quartetos e sinfonias de Beethoven.
Assumiu o posto de ensaiador de ópera em Würzburg (1833) e, em seguida, tornou-se diretor musical de uma companhia teatral de Magdeburg. Morou em Paris (1839-1842), onde compôs Rienzi, der letzte der Tribunen (1840) e Der fliegende Holländer (1841). Nomeado diretor da ópera de Dresden (1842), ali compôs Tannhäuser (1843), uma de suas obras-primas de forte dramaticidade. A partir de então suas óperas, todas inspiradas em lendas germânicas, conquistariam gradativamente o apreço do público, apesar da permanente hostilidade de boa parte da crítica. Envolvido em problemas políticos e nacionalista fanático, depois de participar da revolução em Dresden (1849), fugiu para Zurique, onde trabalhou como regente e escreveu suas mais importantes várias obras, entre as quais Das Kunstwerk der Zukunft (1850) e Oper und Drama (1851).
Apaixonado por Mathilde Wesendonck, mulher de um rico mecenas e, portanto, um amor impossível, deixou Zurique e compôs a ópera Tristão e Isolda (1857-1859), entre Veneza e Lucerna. Voltou para Paris (1859) e, anistiado, para a Alemanha (1861). Posteriormente, envolvido em prejuízos financeiros, fugiu para Stuttgart, onde foi salvo por Luís II que acabara de subir ao trono da Baviera e seu fanático admirador. Ali o compositor viveu a melhor e mais produtiva fase de sua vida, porém suas tentativas de intervir na política do reino e o romance com Cosima, filha de Liszt e mulher de Von Bülow, intensificaram a oposição ao compositor, e deixou Munique (1865).
Após conseguir casar com Cosima (1870), fixou residência em Triebschen, Suíça, graças à proteção de Luís II, e depois em Bayreuth, na Baviera (1872), onde inaugurou (1876) o Festspielhaus (Teatro de Festivais) com a estréia de Der Ring, dedicado exclusivamente à apresentação de suas criações e onde encenou sua última obra: Parsifal (1882). Embora hostil à França, exerceu grande influência nesse país. Morreu do coração no auge da fama, em Veneza, e foi sepultado num túmulo por ele próprio preparado, em terrenos de sua casa, em Bayreuth.