Samuel Guthrie
Por Redação
Químico, médico e inventor norte-americano nascido em Brimfield, Mass, inventor de dispositivos de disparo para armas de fogo, criou um método próprio para converter amido de batatas em açúcar. Foi um dos três inventores independentes do clorofórmio. Ele estudou medicina e dirigiu sua pesquisa para a química prática. Já estava casado quando se instalou no município de Chenango, N.Y., mudando-se depois (1817) para Sacket Harbor, N.Y.
Ele foi o inventor das chaves de percussão, uma aplicação que substituiu a fechadura de pederneira em armas de fogo e o precursor do boné de percussão. Ele quase perdeu a vida e ficou permanentemente aleijado em acidente durante suas experiências com armas e munições explosivas. Inventou (1830) um processo de conversão de goma de batata em melados. Descobriu originalmente na América de uma solução que chamou spirituous solution of chloric ether, o clorofórmio de Damas. Ele mostrou o produto para o Professor Silliman de Yale (1831), que repetiu o processo de produção e descobriu que era a mesma solução havia sido descoberta um ano antes pelo francês Eugene Soubeiran. Três anos depois (1835) o químico francês Jean Baptiste André Dumas publicou os resultados de sua pesquisa e nomeou o produto com o nome definitivo: clorofórmio.
A Medico-chirurgical society of Edinburgh foi questionada sobre a paternidade da substância que designou um comitê para investigar as reivindicações dos pretendentes. O comitê premiou o cientista norte-americano com o mérito de ter sido o primeiro a publicar sobre seus efeitos terapêuticos. Ele morreu em Sacket Harbor, N.Y. Saliente-se que o clorofórmio foi preparado independentemente e quase que simultaneamente (1831) por ele, o alemão Justus Von Leibig e Soubeiran. Apesar de ter sido usado clinicamente como anestésico geral (1847) por Holmes Coote, foi introduzido na prática clínica pelo obstetra norte-americano James Simpson, que o administrava às suas pacientes para aliviar a dor do trabalho de parto.
O clorofórmio inicialmente superou o éter em popularidade em várias áreas e, no Brasil, a primeira citação do uso de clorofórmio na anestesia foi com finalidade odontológica (1849), pelo Dr. Clinton Vjon Tuyl, somente dois anos após seu uso pelo dr. James Simpson e Marie Jean-Pierre Flourens, na Europa. Relatos de arritmias cardíacas e a hepatotoxicidade relacionadas com seu uso fez muitos anestesiologistas o abandonarem e voltarem a preferir o éter. Mesmo com o advento de outros agentes inalatórios, o éter permaneceu o anestésico geral padrão até o início dos anos 1960.