Rogério Sganzerla
Por Redação
Cineasta brasileiro nascido em em Joaçaba, Estado de Santa Catarina, o maior símbolo do Cinema Marginal feito em São Paulo na década de 60, sinônimo de transgressão, picardia e genialidade na tela grande. Ainda muito jovem, foi acolhido por Décio de Almeida Prado, que na época dirigia o Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, e seu texto de estréia foi sobre Os Cafajestes, filme de Ruy Guerra (1962). Continuou no Suplemento e colaborou também com o Jornal da Tarde. Trabalhou quatro anos como crítico de cinema no jornal O Estado de São Paulo. Estreou na direção de longas-metragens com O Bandido da Luz Vermelha (1968), uma fita baseada na historia do criminoso Joao Acácio Pereira da Costa, que se apresentava com uma lanterna vermelha ao cometer seus crimes. O filme se tornou um de seus maiores sucessos e lhe deu fama.Sempre escrevendo sobre cinema. Fundou (1970 ) a produtora Bel-Air, responsável por filmes do diretor como O Abismo (1977), Nem Tudo é Verdade (1986) e Tudo é Brasil (1997). Conseguiu, ao lado de Julio Bressane de O anjo nasceu, solidificar a argamassa do chamado cinema marginal. |
O movimento que apareceu com A margem (1967), de Ozualdo Candeias, surgiu como uma espécie de reação ao Cinema Novo de Glauber Rocha e David Neves. Foi homenageado no Dia Nacional da Cultura e do Cinema Brasileiro, em 5 de novembro, com a exibição do seu primeiro longa-metragem O Bandido da Luz Vermelha, e condecorado com a Ordem do Mérito Cultural, em dezembro (2003). Seu último filme, O Signo do Caos (2003), sobre a passagem de Orson Welles (1915-1985) pelo Brasil (1942), quando não conseguiu concluir It’s All True por ter seu material de filmagem apreendido, recebeu o troféu Candango de melhor direção no 36º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (2003), mas ele não pôde comparecer ao Festival de Brasília devido ao seu estado de saúde.
Na ocasião, ele foi representado pela atriz Djin Sganzerla, sua filha com a atriz Helena Ignez. Vítima de câncer no cérebro que o martirizou durante seus últimos seis meses de vida, morreu em 09/01, aos 57 anos, no Hospital do Câncer em São Paulo, onde estava internado desde o último 15 de dezembro (2003) para se tratar da doença, sendo seu corpo cremado no Cemitério da Vila Alpina, em São Paulo. Casado havia 35 anos com a atriz Helena Ignez, vivia com a esposa e suas duas filhas, Djin e Sinai. e uma enteada, Paloma Rocha, filha do casamento anterior de Helena com Glauber Rocha. Em sua filmografia constam vários curtas e documentários e 16 longas. Além dos longas já citados também são muito lembrados Sem Essa, Aranha (1970), Copacabana Meu Amor (1975), O Abismo (1977), Isto é Noel (1991), Perigo Negro (1993) e Tudo é Brasil (1997).