Roberto de Oliveira Campos
Por Redação
Economista, diplomata, escritor e professor brasileiro nascido em Cuiabá, Mato Grosso, defensor incondicional das liberdades democráticas e da livre iniciativa há mais de 40 anos, enfaticamente pela redução do tamanho e da influência da máquina administrativa estatal nas atividades produtivas e da modernização das relações entre o Estado e a sociedade. Filho do professor Waldomiro Campos e de D. Honorina de Campos, formou-se em Filosofia (1934) e em Teologia (1937), nos Seminários Católicos de Guaxupé e Belo Horizonte.
Sem recursos financeiros para continuar na carreira eclesiástica foi morar e trabalhar no interior de São Paulo até que ingressou no Serviço Diplomático Brasileiro (1939) através de um concurso. Lá conheceu e casou-se com D. Estella (1940) e o casal teve três filhos: Sandra, Roberto e Luís Fernando. Nomeado para trabalhar na embaixada brasileira em Washington, tomou gosto por economia e obteve o mestrado nessa matéria pela Universidade George Washington, Washington D. C (1945) e o doutorado pela Universidade de Columbia, Nova York (1949).No pós-guerra, ao lado de Eugênio Gudin, participou do Encontro de Bretton Woods, que criou o Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, o FMI, e negociou os créditos internacionais do Brasil, como o financiamento da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda.
Como economista e diplomata foi conselheiro econômico da Comissão de Desenvolvimento Econômico Brasil-Estados Unidos (1951-1953), diretor, gerente geral e presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (1952 /1955 /1959), secretário-geral do Conselho de Desenvolvimento Econômico (1956-1959) onde coordenou as ações econômicas do Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek, professor das cadeiras de Moeda e Crédito e Conjuntura Econômica da Faculdade de Economia, Universidade do Brasil (1956-1961), embaixador itinerante para negociações financeiras na Europa Ocidental (1961), delegado a conferências internacionais, inclusive Ecosoc e Gatt (1959-1961). |
Embaixador do Brasil nos Estados Unidos (1961), ministro de estado para o Planejamento e Coordenação Econômica (1964 -1967) no governo Castelo Branco, período em criou o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS, a Caderneta de Poupança, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e o Estatuto da Terra, membro do Comitê Interamericano para a Aliança para o Progresso, representando o Brasil, Equador e Haiti (1964-1967), presidente do Conselho Interamericano de Comércio e Produção, a Cicyp, (1968 / 1970) e embaixador do Brasil na Corte de Saint James (1975-1982).
Na política partidária foi senador da república, representando o Estado de Mato Grosso (1983-1990) e deputado federal pelo PPB do Estado do Rio de Janeiro, por duas legislaturas (1990-1998). além de vários outros cargos em conselhos e entidades públicas e privadas, foi residente do Conselho Municipal de Desenvolvimento, o COMUDES, da Cidade do Rio de Janeiro (1999) e membro do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES (1999). Entre grandes honrarias em vida recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Nova York, NY (1958) e da Universidade Francisco Marroquim, Guatemala (1996) e foi eleito (1999) para a Cadeira nº 21 da Academia Brasileira de Letras, em sucessão a Dias Gomes.
Publicou muitos trabalhos, artigos técnicos, relatórios sobre desenvolvimento e economia internacional, publicados em várias revistas e jornais, além de vários livros como Economia, Planejamento e Nacionalismo (1963), Ensaios de História Econômica e Sociologia (1964), A Moeda, o Governo e o Tempo (1964), Política Econômica e Mitos Políticos (1965), A Técnica e o Riso (1967), Reflections on Latin American Development (1967), Do Outro Lado da Cerca (1968), Ensaios Contra a Maré (1969), Temas e Sistemas (1970), Função da Empresa Privada (1971), O Mundo que Vejo e não Desejo (1976), Além do cotidiano (1985), Ensaios Imprudentes (1987), Guia para os Perplexos (1988), O Século Esquisito (1990), Reflexões do Crepúsculo (1991), A Lanterna na Popa – Memórias (1994), Antologia do Bom Senso (1996), Na virada do Milênio (1998) e outras como co-autor, poe exemplo A Nova Economia Brasileira (1974) e Formas Criativas no Desenvolvimento Brasileiro (1975), ambos com Mário Henrique Simonsen.
Morreu aos 84 anos, em sua casa, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, de infarto agudo do miocárdio, quando estava dormindo, sendo seu corpo velado no salão dos Poetas Românticos da Academia Brasileira de Letras e enterrado no mausoléu da ABL no cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul do Rio.