Richard Francis Burton
Por Redação
Explorador e orientalista inglês nascido em Torquay, Devonshire, primeiro europeu a chegar às nascentes do rio Nilo, o lago Tanganica, e a sair com vida de Harar, cidade proibida dos muçulmanos. Criado na França e Itália, foi para a Índia como oficial (1842) onde pesquisou os costumes muçulmanos e ampliou sua extraordinária capacidade de poliglota: falava 25 idiomas e quarenta dialetos.
Depois partiu para o Cairo (1853) com a intenção de explorar as cidades sagradas de Meca e Medina, sobre as quais escreveria Pilgrimage to El-Medinah and Mecca (1855-1856), acurado estudo sobre a vida e costumes muçulmanos. Organizou com o explorador John Hanning Speke (1857) a expedição que descobriu o lago Tanganica. Após este fato foi cônsul na ilha espanhola de Fernando Pó, na costa oeste africana, em Santos, SP, onde escreveu The Highlands of Brazil (1869) e em Trieste, na atual Itália.
Escreveu muitos livros sobre hábitos tribais, entre os quais canibalismo e costumes sexuais, traduziu Camões, fábulas napolitanas e poemas de Catulo, além de traduzir e mandar imprimir manuais eróticos da literatura oriental, como o Kama sutra e uma versão não censurada das Mil e uma noites, aos quais acrescentou notas sobre pornografia, homossexualidade e sexualidade feminina.
Após sua morte, em Triestre, sua viúva, Isabel Arundell, católica, queimou as notas e documentos por ele acumulados em quarenta anos de viagens e pesquisas, em virtude do cunho enfaticamente sexual de seus escritos. Restaram os 43 volumes sobre explorações e os trinta de traduções que ele publicou em vida.