Médico francês nascido em Quimper, na Bretanha francesa, famoso por ser o inventor do estetoscópio (1819), um instrumento que se transformaria quase no símbolo da medicina, e inventor da auscultação, e considerado o pai da medicina toráxica. Orientado por um tio médico de Nantes, graduou-se em medicina pela Faculdade de Paris (1804). Exerceu o cargo de médico visitante do Hospital Necker (1806), tornando-se chefe médico (1816).
Interessado em anatomia patológica, buscou estabelecer uma relação direta entre as doenças e os sons por elas provocados no interior do corpo, criou sua principal invenção, o estetoscópio, e publicou o Traité d’Auscultation Médiate ou De l’auscultation mediate (1819), que obteve grande repercussão no meio médico. Foi nomeado professor de medicina prática no Colégio de França (1822), no ano seguinte substituiu Jean-Nicolas Corvisart des Marets. Médico de Napoleão, na cátedra de clínica médica do hospital da Charité, ganhou muitas homenagens, incluindo a de cavaleiro da Legião de Honra.
Estudou profundamente várias doenças, sobretudo as relacionadas com as vias respiratórias e cardíacas. Descreveu magistralmente a bronquiectasia, o pneumotórax, o epiema, as pneumonias e a tuberculose pulmonar, que o vitimaria alguns anos após. Explicou as doenças conhecidas como pérolas de Laënnec, secreções de massa gelatinosa expelidas na asma crônica, e cirrose de Laënnec, afecção cujo principal fator etiológico é o alcoolismo. Morreu em Kerlouanec, deixando como seu principal trabalho De l’auscultation médiate (Paris, 1819).