Raymundo Faoro
Por Redação
Advogado, jurista e escritor brasileiro nascido em Vacaria, Rio Grande do Sul, considerado um dos grandes pensadores do Brasil, autor de análises imprescindíveis ao entendimento da sociedade, da política e do Estado brasileiro.
Filho de agricultores, passou boa parte da infância e da juventude na cidade de Caçador, Santa Catarina (1930-1945), para onde se mudou com a família e onde fez o curso secundário, no Colégio Aurora. De volta ao Rio Grande do Sul, como estudante universitário foi co-fundador da revista Quixote (1947) e escreveu para diversos jornais do Rio Grande do Sul.
Formou-se em direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1948) e três anos depois (1951) seguiu para o Rio de Janeiro. Admitido por concurso como Procurador do Estado, na função destacou-se como um dos mais importantes juristas do Brasil, especialmente reconhecido e bastante respeitado pela sua contribuição às Ciências Sociais.
Publicou um livro considerado um clássico: Os Donos do Poder (1958), pela Editora Globo, de Porto Alegre, onde analisou a formação do patronato político e o patrimonialismo do Estado brasileiro, levando em consideração as características da colonização portuguesa.
Escreveu outros livros em que discutiu temas como a política brasileira, ensaios jurídicos, além de um estudo sobre as obras e os personagens do escritor Machado de Assis. Também atuou como articulista em diversos jornais e foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB (1977-1979). |
Na política diretamente lutou pela redemocratização do País, defendeu o fim dos Atos Institucionais do regime militar e participou ativamente no governo João Figueiredo, na campanha pela anistia ampla, geral e irrestrita. Este carioca voluntário e emérito, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (2000) no lugar do jornalista Barbosa Lima Sobrinho.
Recebeu o Prêmio José Veríssimo da Academia Brasileira de Letras (1959); o Prêmio Moinho Santista de Ciências Sociais (1978) e a Medalha Teixeira de Freitas, do Instituto dos Advogados do Brasil. Faleceu vítima de enfisema pulmonar, aos 78 anos, no Rio de Janeiro, velado na ABL e enterrado no Cemitério São João Batista.
Conhecido como O Embaixador da Cidadania,.teve outras publicações importantes como o ensaio Machado de Assis – A Pirâmide e o Trapézio (1975), A Assembléia Nacional Constituinte – A Legitimidade Recuperada (1980) e Existe um Pensamento Político Brasileiro? (1994).