Raul de Ávila Pompéia
Por Redação
Jornalista, contista, cronista, novelista e romancista da escola realista brasileira nascido em Jacuecanga, Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro, considerado um dos melhores escritores psicólogos da literatura brasileira em virtude de um profundo espírito de observação, característica de sua obra.
Filho de Antônio de Ávila Pompéia, homem de recursos e advogado, e de Rosa Teixeira Pompéia, transferiu-se cedo, com a família, para a Corte e foi internado no Colégio Abílio, dirigido pelo educador Abílio César Borges, o barão de Macaúbas. Entrou para o Colégio D. Pedro II (1879), onde se bacharelou em Letras (1880) e se projetou como orador. Publicou seu primeiro livro, o ensaio literário Uma Tragédia no Amazonas (1880) e no ano seguinte lançou o livro de poesias Canções Sem Metro (1881).
Mudando-se para São Paulo, começou o curso de Direito em São Paulo (1881) e, entrando em contato com o ambiente literário e as idéias reformistas da época, engajou-se nas campanhas abolicionista e republicana, tanto nas atividades acadêmicas como na imprensa.
Reprovado no terceiro ano (1883), seguiu com 93 acadêmicos para o Estado de Pernambuco, e formou-se em Direito pela Faculdade do Recife (1886), mas não exerceu a advocacia. De volta ao Rio de Janeiro (1885), seguiu carreira dedicada ao jornalismo, escrevendo artigos de crítica literária e diversos contos, folhetins e crônicas na imprensa da época.
Ganhou popularidade definitiva como o romance O Ateneu (1888), ano em que também publicou em folhetins na Gazeta da Tarde, o romance Alma Morta. Decretada a abolição, passou a se dedicar à campanha favorável à implantação da República. Proclamada a República, foi nomeado professor de mitologia da Escola de Belas Artes e, logo a seguir, diretor da Biblioteca Nacional.
Com a morte do Marechal Floriano Peixoto (1895), foi acusado de desacatar a pessoa do Presidente no explosivo discurso pronunciado em seu enterro, e demitido da direção da Biblioteca Nacional. Rompido com amigos, caluniado em artigo de Luís Murat, desprestigiado pelos jornais como A Notícia, que não publicara o segundo artigo de sua colaboração, suicidou-se com um tiro, quando tinha apenas trinta e dois anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro. Também foi um hábil desenhista e ilustrou alguns livros seus e de outros autores, além de notável caricaturista. É o patrono da Cadeira N.4 33 da Academia Brasileira de Letras.