Rainha Mãe
Por Redação
Rainha consorte britânica nascida em Glamis, conhecida como a Rainha-Mãe. Nona entre os dez filhos do aristocrata e latifundiário escocês Claude George Bowes-Lyon, ou conde de Strathmore e Kinghorne, senhor de um castelo na Escócia que pertencia à família desde o século XIV e que, de acordo com a lenda, albergou a dinastia Macbeth.
Há controvérsias sobre suas origens, já que seu pai só a registrou cerca de seis semanas após seu nascimento. Há quem diga que o parto de seu nascimento teria ocorrido, de urgência, numa carroça-ambulância e que a mãe não era lady Glamis, mas sim uma empregada irlandesa ao serviço da família. Foi educada em casa por governantas durante toda a infância e aos doze anos ingressou na Academia Birtwistle mas, pouco tempo depois, com o início da Primeira Guerra Mundial, regressou a Glamis.
Sua residência da família, o Castelo de Glamis, na Escócia, havia se transformado em um hospital para os soldados britânicos feridos em batalha. Sua família também sofreu outras tragédias: o irmão mais velho, Fergus, morreu durante a batalha de Loos (1915) e um outro, Michael, ficou prisioneiro por dois anos. Após o fim da guerra, através de seu namorado James Stuart funcionário da Casa Real inglesa, reencontrou um conhecido de infância, o príncipe Alberto, o Bertie, duque de York, filho do rei George V e o segundo na linha de sucessão do trono da coroa britânica.
A família decidiu pelo casamento com o príncipe, cinco anos mais velho, após dois pedidos deste, e ela tornou-se, assim, a primeira plebéia a fazer parte da família real, desde o reinado de Henrique VIII. Casaram-se no dia 26 de abril (1923), na abadia de Westminster, adquiriu o título de duquesa de York, e três anos mais tarde (1926), nasceu sua primeira filha, Elizabeth, e depois Margaret, a segunda filha (1930). Com a morte (1936) do rei George V, seu cunhado, Edward VIII, assumiu o trono, mas abdicou no mesmo ano para se casar com a plebéia Wallis Simpson, uma divorciada americana.
Seu marido foi então coroado na abadia de Westminster (1937) como o nome de George VI, ela tornou-se rainha e família mudou-se então para o palácio de Buckingham. O novo rei era estupidamente tímido, talvez em virtude de sua aguda gagueira, incapaz e desmotivado para suas funções como monarca, o que levou a rainha, mesmo também contra a vontade, a comandar as obrigações do marido, ajudando-o a superar os primeiros anos de poder. |
Foi ela quem manteve a família unida, trabalhando duramente para preservar-lhe a reputação e popularidade. A bem-sucedida parceria entre os dois tornou-se, na época, um exemplo vivo dos valores familiares dominantes nos anos 50. O seu prestígio entre os súditos cresceu quando começou a II Grande Guerra. Apesar dos conselheiros reais insistirem para que ela abandonasse Londres com as filhas e procurasse refúgio no Canadá, a rainha manteve-se irredutível e permaneceu no palácio de Buckingham, e tornou em hábito, com o rei, visitar os locais atingidos pelos ataques aéreos, as casas destruídas e os hospitais, para oferecer consolo aos feridos.
Com a morte de George VI (1952) e com a ocupação do trono, que lhe pertencia por direito, por Elizabeth II, ela deixou o palácio de Buckingham, onde morava, e partiu para o palácio Clarence House, onde viveu o resto de sua vida. Ela, porém, não desapareceu no anonimato tão comum a mães ou esposas de figuras importantes, e nem tentou roubar a cena da filha, hoje a meio século no trono britânico. Após um ano de luto, adotou o título de Sua Majestade Rainha-Mãe, e regressou a ativa, mas manteve-se sempre distante dos assuntos de Estado.
Nos últimos anos foi madrinha ou presidente honorária de mais de 350 organizações e fez mais de 40 visitas oficiais ao exterior. Assumiu papel de destaque na preparação das noivas para os malogrados casementos dos seus netos mais velhos: tanto com Diana Spencer como com Sarah Ferguson. Extremamente ligada ao seu neto mais velho, o príncipe e herdeiro do trono Charles, foi durante toda a vida a sua grande confidente, inclusive dando-lhe apoio em seu romance com Camilla Parker-Bowles.
Esteve a frente da recuperação da credibilidade da família real, conturbada por crises e dúvidas sobre o futuro da Casa de Windsor, mas depois da tristeza de ver sua filha mais jovem, a princesa Margaret, morrer aos 71 anos (2002), sua saúde começou a declina irreversivelmente, até que infelizmente morreu no Castelo de Windsor, devido a uma pneumonia e infecção pulmonar.
O funeral foi realizado na Abadia de Westminster, de onde o caixão foi levado para o castelo de Windsor, nos arredores de Londres, e enterrada junto ao marido, na Capela de Saint George. Morreu tão popular quanto o era meio século atrás, depois da II Guerra. Foi a primeira pessoa da família real britânica a ultrapassar a idade centenária completou 100 anos de idade, com vigor físico e lucidez.
Os britânicos a chamavam de a vovó mais querida do país, Adolph Hitler a definiu como a mulher mais perigosa da Europa e conta-se que bebia diariamente algumas doses de gim. Quando comemorou 100 anos (2000), da sacada do Palácio de Buckingham acenou para uma multidão estimada em 40 mil pessoas .