Pintor italiano nascido em Urbino, um centro cultural artístico e então capital do ducado do mesmo nome, conhecido como príncipe dos pintores. Filho de Giovanni Santi, um pintor de poucos méritos, mas homem culto e bem relacionado na corte do duque renascentista Federico de Montefeltro, conhecido por sua proteção às artes.
Após a morte do pai (1494), que transmitira ao filho o amor pela pintura e as primeiras lições do ofício, foi para Perúgia, onde aprendeu com Pietro Perugino a técnica do afresco ou pintura mural, e ali criou sua primeira obra de realce, O casamento da Virgem (1504). Mudou-se para Florença (1504), atraído pela fama de Michelangelo e Leonardo da Vinci, de quem teria grande influência.
Admirado pela aristocracia e pela corte papal, por sugestão de Bramante, seu amigo e arquiteto do Vaticano, foi encarregado (1508) pelo papa Júlio II de decorar com afrescos as salas do Vaticano, hoje conhecidas como as stanze de Rafael. Nos 12 anos em que permaneceu nessa cidade incumbiu-se de numerosos projetos de envergadura, nos quais deu mostras de uma imaginação variada e fértil.
Após a morte de Júlio II (1513), continuou trabalhando para o novo papa, Leão X (1513-1517), sendo que com a morte de Bramante (1514), foi nomeado para suceder-lhe como arquiteto do Vaticano e assumiu as obras em curso na basílica de São Pedro, onde substituiu a planta em cruz grega, ou radial, por outra mais simples, em cruz latina, ou longitudinal.
Sucedeu também a Bramante na decoração das loggias (galerias) do Vaticano. Apesar da grandiosidade do empreendimento, cujas últimas partes foram deixadas principalmente por conta de seus discípulos, ele que então se tornara o pintor da moda, assumiu ao mesmo tempo numerosas outras tarefas: criou retratos, altares, cartões para tapeçarias, cenários teatrais e projetos arquitetônicos de construções profanas e igrejas como a de Sant’Eligio degli Orefici. Tamanho era seu prestígio que, segundo o biógrafo Giorgio Vasari, Leão X chegou a pensar em fazê-lo cardeal. |
Foi designado (1515), para supervisionar a preservação de preciosas inscrições latinas em mármore, e encarregado geral de todas as antiguidades romanas (1517), para o que executou um mapa arqueológico da cidade. Sua última grande obra individual foi Transfiguração (1517) e o projeto dos cenários (1519) para a comédia I suppositi, de Ludovico Ariosto. Sua morte precoce, em Roma, no dia em que completava 37 anos, reforçou a aura mística que rodeava sua figura.
Famoso por suas Madonas, série de quadros da Santíssima Virgem, diversos painéis nas paredes do Vaticano e várias cenas da História Sagrada, conhecidas com Bíblias de Rafael, tornou-se figura histórica do Renascimento, um movimento artístico, científico e literário que floresceu na Europa no período correspondente entre à Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna, do século XIII ao XVI, com o berço na Itália e tendo em Florença e Roma como seus dois centros mais importantes.
Sua principal característica foi o surgimento da ilusão de profundidade nas obras e, cronologicamente, pode ser dividido em quatro períodos: Duocento (1200-1299), Trecento (1300-1399), Quattrocento (1400-1499) e Cinquecento (1500-1599). Pré-rafaelismo: corrente estética surgida na Inglaterra, com Dante Gabriel Rossetti, Burne-Jones e outros, em meados do séc. XIX, segundo a qual as obras de seus predecessores representavam o apogeu da pintura.