Algebrista italiano nascido em Bologna, o mais importante da história da matemática da Itália, pioneiro no estudo sobre os números imaginários: sua principal publicação sobre álgebra, Algebra, composto de cinco volumes, e com os livros IV e o V estivessem incompletos, só foi editada (1573) no ano seguinte à sua morte. 

O mais velho dos seis filho de Antonio Mazzoli, cuja família havia chegado a Bologna no século anterior (1443). Com o controle da cidade tomado de Giovanni II Bentivoglio pelo papa Júlio II (1506), seu pai envolveu-se numa tentativa de retomado do poder pelos antigos governantes, os Bentivoglios, porém foram derrotados (1508), os cabeças dos Bentivoglios executados, sua família exilada e todos os bens confiscados. 

Após vários anos de exílio os Mazzoli foram perdoados e Antonio Mazzoli pode voltar para Bologna, recuperar as propriedades da família e se tornou um bem-sucedido negociante no ramo de lãs. Embora não tenha tido educação universitária, mudou seu nome para Bombelli, na tentativa de disfarçar sua descendência e, depois de várias atividades menores, passou a trabalhar para um nobre romano, Alessandro Rufini, futuro bispo de Melfi. 

Neste período interessou-se por matemática e envolveu-se na coqueluche da época que era a solução das cúbicas e quárticas, envolvendo del Ferro, Fior, Tartaglia, Cardano e Ferrari, teminando com o encontro entre Ferrari e Tartaglia, em Milão (1548). Estudou matemática com o professor Pier Francesco Clementi (1548), que era ligado ao papado, e quando seu patrão adquiriu os direitos sobre a região do Val di Chiana (1549), que passara a pertencer aos Estados Papais, ele foi encarregado de demarcar as fronteiras (1551-1555), quando teve de interromper os serviços por causa de uma reclamação dos vizinhos fronteiriços. Foi nesse período, enquanto aguardava o recomeço das demarcações, que resolveu escrever seu famoso livro de álgebra, partindo dos estudos de Cardano. 

Ele começou a escrevê-lo quando o trabalho em Val di Chiana ainda estava suspenso (1557). Quando o trabalho recomeçou (1560) o livro ainda estava sendo escrito. Após uma visita ao professor da Universidade de Roma, Antonio Maria Pazzi, este lhe mostrou um manuscrito de Diofanto, Aritmética, que o deixou encantado e os dois resolveram fazer uma tradução, porém no seu livro III, a despeito de 143 dos 272 problemas existentes serem baseados nos escritos de Diofanto, ele não deu os devidos créditos ao grande matemático grego. 

Desafortunadamente morreu, provavelmente em Roma, antes de completar os livros IV e V, porém sua criação mudou a história da álgebra. O pesquisador Bortolotti encontrou seus manuscritos numa biblioteca de Bologna (1923) e republicou seus cinco livros (1929), uma contribuição fundamental para o estudo dos números complexos. Em sua álgebra ele escreveu por exemplo: 

MAIS vezes MAIS é igual a MAIS;
MENOS vezes MENOS é igual a MAIS;
MAIS vezes MENOS é igual a MENOS;
MENOS vezes MAIS é igual a MENOS;
+RAIZ QUADRADA DE -n . +RAIZ QUADRADA DE -n = – n;
+RAIZ QUADRADA DE -n . – RAIZ QUADRADA DE -n = +n;
– RAIZ QUADRADA DE -n . +RAIZ QUADRADA DE -n = +n;
– RAIZ QUADRADA DE -n . – RAIZ QUADRADA DE -n = – n.


Exemplos das notações empregadas por Bombelli

Em seu trabalho descreveu a adição, subtração e multiplicação dos números complexos e forneceu a correta solução das cúbicas empregando a fórmula Cardan-Tartaglia sempre que ocorressem situações com raízes quadradas de números negativos. Outra admirável contribuição do autor foi a larga, prática e renovadora notação empregando símbolos em suas expressões matemáticas. Com menos projeção também exerceu engenharia e arquitetura, principalmente em obras de pontes e drenagem de pântanos.