Médico, filósofo, alquimista iatroquímico, astrólogo e charlatão suíço, nascido em Eisnsiedeln, no cantão da Suíça, que revolucionou a medicina de seu tempo ao antecipar a homeopatia e o uso da química no tratamento médico. Filho de um conceituado médico, Wilhelm von Hohenheim, iniciou seus estudos em Villach e depois foi para Würzburg, na Alemanha, onde se tornou discípulo de um abade, Tritêmio, dedicado à alquimia e ao ocultismo.
Deixou Würzburg (1515) e iniciou uma verdadeira peregrinação de estudos e prática de medicina cirúrgica e de química pela Europa. Formou-se em medicina em Viena, doutorou-se em Ferrara e adotou o nome de Paracelso, que significa superior a Celso (Aulo Cornélio Celso, famoso médico romano do século I). Perambulou pela Europa como a transição viva entre a antiga Arte, de sentido alquímico, astrológico e cabalístico, obediente tão só aos princípios hipocráticos e galênicos, e a nova Medicina, a que assimilava novos métodos e novos ensinamentos decorrentes de notáveis descobertas que se processavam em todos os setores da patologia, da terapêutica, da cirurgia, da farmácia e das ciências físico-químicas.
Inovador e criativo, viajou por quase toda a Europa e pelo Oriente, sempre acompanhado por um séquito de discípulos, exercendo a profissão de cidade em cidade. Serviu como cirurgião militar na Guerra dos países Baixos (1518) e voltou a Alemanha (1526), exercendo medicina em Estrasburgo, Tübingen e Friburgo.
Introduziu do conceito de doença para a medicina e empregou o método experimental, introduziu o ópio, o mercúrio, o óxido de zinco e outros preparados químicos na terapêutica.
Este suíço-alemão produziu o primeiro manual de cirurgia, Die kleine chirurgia (1528). Com a publicação do Die grosse Wundartzney (1536), ganhou fama e riqueza. Fez a melhor descrição até então registrada da sífilis e assegurou que a doença podia ser curada com doses de mercúrio (1530). Descobriu que a doença dos mineiros era silicose e não castigo divino, como se acreditava, e enunciou alguns dos princípios que seriam resgatados no século XIX por Hahnemann, fundador da homeopatia. |
Seu comportamento avesso a corporação de médicos e boticários lhe custou muitas hostilidades classistas ao mesmo tempo em que seu prestígio crescia devido a sua indiscutível competência. Proclamou, quando professor e médico oficial de Basiléia, a extinção, por obsoletos, dos princípios e das teorias de Hipócrates, de Galeno e dos doutores árabes, queimando os seus tratados em praça pública. Chegou a ser encarcerado em Nordlinger, na Alemanha, como embusteiro.
É considerado o idealizador da farmacologia moderna e também da homeopatia. Em sua obra Paramirum destacou a importância da observação clínica do paciente. Em experiências alquimistas, procurou a busca do bálsamo para a cura de todos os males, que ele chamava de múmia. Sua maior virtude foi utilizar seus conhecimentos de alquimia para criar medicamentos e não para transformação de metais em ouro.
Envaidecido pelo sucesso, afirmou estar de posse da panaceia universal e morreu demente, no hospital-convento de Saint-Etienne, Salzburgo, hoje na Áustria. Deixou várias obras publicadas, tais como Opus Chirurgicum, Paragranum e De gradibus. Paracelsismo: o sistema médico de Paracelso que verberou o galenismo e deu aos medicamentos minerais uma importância que dantes não tinham.