Paulo Estevão de Berredo Carneiro
Por Redação
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Bioquímico brasileiro nascido no Rio de Janeiro, RJ, que consagrou sua vida a uma produção intelectual e científica de rara grandeza e profundidade, condizente com sua enorme consciência moral e preocupação humanitária, e conhecido por sua dedicação ao positivismo de Auguste Comte.
Formado em bioquímica, doutorou-se em química pelo Instituto Pasteur, Universidade de Paris (1931) e tornou-se livre-docente de química geral da Escola Politécnica do Rio e chefe do laboratório de química vegetal e animal do Instituto Nacional de Tecnologia (1933). Foi nomeado secretário da Agricultura, Indústria e Comércio de Pernambuco (1935) e realizou pesquisas sobre o curare no Instituto Pasteur, em Paris (1936-1941).
Delegado do Brasil à primeira Assembléia Geral das Nações Unidas, em Londres (1946), participou da criação e exerceu a função de embaixador do Brasil junto à UNESCO (1946-1958), dedicando-se intensamente às suas causas e projetos, especialmente na salvaguarda do patrimônio cultural e científico da humanidade.
Conhecido por sua dedicação ao positivismo do filósofo francês Auguste Comte, em decorrência de seu grande interesse e estudo sobre o positivismo e sobre seu fundador, criou (1954) a Associação Internacional La Maison d’Auguste Comte, com sede no apartamento da rua Monsieur Le Prince, onde esse filósofo morou. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (1971), ocupando a cadeira nº 36. Publicou muitos trabalhos científicos e o livro Vers un nouvel humanisme (1970) e morreu no Rio de Janeiro.
Entre as diversas atuações profissionais, destacou-se como o criador do Comitê de Convenções e Recomendações, órgão de defesa da liberdade de intelectuais e cientistas, e foi o idealizador do Instituto Internacional da Hiléia Amazônica (1950), projeto que foi arquivado por razões políticas.