Papa São Zacarias
Por Redação
( ~ 700 – 752)
Papa de descendência sírio-grego (741-752) da santa igreja apostólica fundada por Jesus Cristo nascido na Calabria, eleito quatro dias após a morte de S. Gregório III, o último papa sírio-grego. Filho de um grego chamado Policrônio, provavelmente foi um diácono da Igreja Romana e participou do Concílio de Roma (732). De sólidas virtudes e vasta ciência, ao mesmo tempo um homem gentil e de caráter conciliatório, foi habilíssimo nos negócios do governo. Com o imperador Constantino Coprônimo, filho de Leão Isáurico, o império grego caia na anarquia, o que facilitou a invasão dos longobardos.
Luitprando, rei longobardo, estava preparando uma nova incursão em Roma (747), mas o habilidoso e santo papa foi ao encontro do rei para convencê-lo a desistir da invasão. O Duque Trasamund de Spoleto, com quem papa Gregory III tinha formado uma aliança contra Luitprando, não manteve a promessa de ajudar os romanos recuperando as cidades ocupadas pelos Lombardos. Por conseguinte o papa abandonou a aliança com Trasamund e buscou proteger os interesses de Roma e território romano através de influência pessoal em cima de Luitprando.
O papa foi para Terni para ver o rei da Lombardia que o recebeu com todas as honras. O pontífice obteve de Luitprando não só que as cidades de Ameria, Horta, Polimartio e Blera fossem devolvidas aos romanos, como também todo o patrimônio da Igreja romana que os lombardos tinha tomado nos últimos trinta anos, além de assinar uma trégua de vinte anos entre o Ducado romano e os lombardos. Depois que o papa retornou com tantas alvissareiras notícias, a população romana entrou em procissão solene em São Pedro para agradecer a Deus pelo resultado afortunado dos esforços do papa, e uma capela foi construída na Igreja de Sào Pedro, em Roma, em nome de Luitprando, no qual foram colocadas as ações com respeito a este retorno de propriedade. No ano seguinte Luitprand estava pronto para atacar o território de Ravenna e o representante do governo bizantino de Ravenna e o arcebispo imploraram para o papa que interviesse. Como os seus enviados foram malsucedidos, ele próprio foi para Ravenna e de lá para Pávia ver Luitprando. O papa alcançou Pávia na véspera do banquete de São Pedro e São Paulo.
Ele celebrou a vigília e o banquete dos príncipes em Pávia, e pôde induzir o rei a abandonar o ataque em Ravenna e restabelecer o território pertencente à própria cidade. Luitprand morreu logo depois e com a desistência do seu primeiro sucessor, Hildebrando, Ratchis tornou-se o Rei dos lombardos. Ratchis tinha extremo respeito ao papa e confirmou o tratado de paz com o Ducado romano (749). Nesse mesmo ano que Ratchis abdicou, e com a esposa Tásia e sua filha Rotrudes, fez os votos monásticos antes do papa, e os três entraram na vida monástica. Com o sucesso de apostolado na Alemanha, de São Bonifácio, fundador do célebre convento de Fulda, o papa enviou-o como legado a Carlomano, filho de Carlos Martel, no sínodo de Soissons, cujas leis foram reconhecidas pelo Estado. Carlomano fez-se monge em Monte Cassino (747) e lá algum tempo depois encontrou-se com Ratchis, o rei longobardo que também se fizera monge, enquanto sua esposa e filha encerravam-se num convento. O papa comovido, benzeu as vestes monacais dos príncipes. Carlomano passou a cuidar das cabras e Ratchis da vinha. Os francos elevaram Pepino, irmão de Carlomano, a rei. O papa, para o bem da nação, confirmou o novo rei, e São Bonifácio o coroou. Unidos fizeram-se fortes os francos, garantia da ordem cristã da civilização na Europa. O papa então passou a se dedicar mais cuidadosamente dos arquivos da Igreja, trabalho precioso para o futuro e a restauração dos templos romanos. Também cuidou da agricultura e beneficiou muito a abadia de Monte Cassino. Morreu em 14 de março (752), logo passou a cultuado como santo e seu dia de festa é 22 de março.