( ? – 418)
Papa Igreja Cristã Romana (417-418) nascido em Masuraca, Grécia, eleito em 18 de março (417) como sucessor de Inocêncio I (401-417), exerceu um pontificado breve e atormentado pela difusão da heresia pelagiana. De origem grega, em seu reinado prescreveu que os filhos ilegítimos não podiam ser ordenados sacerdotes. De temperamento forte, reivindicou o poder da igreja contra as interferências alheias. Enviou vigários para a Galiléia e combateu o pelagianismo, heresia que ensinava que as pessoas podiam se salvar sem a graça de Deus. A reação da Igreja de África, dirigida por S. Agostinho, que absolveu Pelagio, levou a uma nova condenação da doutrina pelagiana. Papa de número 41, morreu em 26 de dezembro (418), em Roma, e foi sucedido por São Bonifácio I (418-422), porém esta substituição não foi tranqüila. Depois da morte do papa (418), uma parte insatisfeita do clero, apoiada por Carlos de Ravena, elegeu um antipapa de nome Eulálio, que disputou a tiara com o papa legítimo Bonifácio I. Símaco, prefeito de Roma, requereu o direito de árbitro em função de seu cargo político. Influenciado pelo prefeito, o imperador Honório decidiu apoiar o antipapa e seus partidários, colocou o antipapa na basílica de São João do Latrão e expulsou Bonifácio de Roma. Os partidários de Bonifácio foram ao imperador contra o prefeito de Roma. O imperador Honório convocou os dois papas a seu tribunal, interferindo mais ainda a sério numa questão, que não deveria lhe dizer respeito. Eulálio não obedeceu o chamamento do imperador, preferindo tomar a basílica de São João de Latrão pela força das armas. Os cismáticos foram expulsos por ordem do imperador, e finalmente Bonifácio pode assumir o trono que tinha direito legítimo (420). A partir desse epsódio, a intervenção de Carlos de Ravena, se deu início a um grande período de ingerência do poder civil na eleição do papa.