Pintor do renascentista italiano nascido na cidade de Verona, um dos mais destacados mestres da escola veneziana e conhecido como Veronese por ser de Verona. Foi discípulo de Antonio Badile, expoente da tradição local e que lhe transmitiu o gosto pela integração de figuras humanas e elementos arquitetônicos, muito presente em seu trabalho.
Incumbido da decoração de várias residências, criou afrescos de banquetes, bailes, cenas mitológicas e históricas. Sob influência de Michelangelo, pintou As tentações de Santo Antão (1552) para a catedral de Mântua. Mudou-se para Veneza (1553), já com estilo próprio e domínio pleno da cor. No início sua pintura caracterizou-se pela solidez, a regularidade dos volumes, as cores fortes e contrastadas e as figuras convencionais e dedicou muitos anos à decoração de diferentes partes do palácio dos Doges pintando cenas em torno de Juno e Júpiter no teto da sala do Conselho dos Dez.
Decorou a igreja de San Sebastiano (1555-1558), na qual seria enterrado. Depois foi ganhando tratamentos contrastantes entre cor e luz e após seus 35 anos de idade sua pintura ficou marcada pela tranqüilidade, pela simplificação dos meios de expressão, por composições mais clássicas, tonalidades mais matizadas e uma utilização da luz e da cor ainda mais deslumbrante. Sob a acusação de que sua Ceia em casa de Levi (1573) era demasiado profana, foi processado pela Inquisição e obrigado a corrigir certos detalhes da obra.
Ele e pintores como Ticiano, com seu uso de cores, Tintoretto, com sua obra majestosa, e Giorgione, com sua expressividade, elaboraram uma obra que caracterizou a última fase do Renascimento, no século XVI, e Cinquecento (1500-1599), valorizando mais a cor e uma rigorosa perspectiva em comparação com a forma. Do ponto de vista artístico, o Renascimento foi um movimento cultural cuja principal característica foi o surgimento da ilusão de profundidade nas obras.
Em termos gerais, por definição o Renascimento foi um movimento artístico, científico e literário que floresceu na Europa no período correspondente entre à Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna, do século XIII ao XVI, com o berço na Itália e tendo em Florença e Roma como seus dois centros mais importantes. Sua principal característica foi o surgimento da ilusão de profundidade nas obras e, cronologicamente, pode ser dividido em quatro períodos: Duocento (1200-1299), Trecento (1300-1399), Quattrocento (1400-1499) e Cinquecento (1500-1599).
Morreu em Veneza, deixando uma obra de alto senso espacial, cuja habilidade com as cores e o tratamento da perspectiva transformaram-se em referências para outros artistas, como Rubens e Tiepolo, embora não tenha deixado discípulos. Sua obra assinalou ao mesmo tempo o apogeu e o primeiro sinal de decadência da tradição veneziana. Ainda hoje várias de suas telas ocupam lugar de honra em muitos museus europeus, como de Paris, Londres, Veneza e Viena, entre elas Ceia do fariseu (1560), Bodas de Canaã (1563), Cristo e mulher com sua prole (1565-1570), Alegoria do amor (1570), O encontro de Moisés (1570-1575), Crucificação (1572), Ceia na casa de Levi (1573), Pietà (1576-1582), Santa Lúcia e um devoto (1580), Cristo e a Samaritana (1580-1582) e a famosa Lucretia apunhalando-se (1583-1584), esta como várias delas, no Museu da História da Arte de Viena.