Nascido em 18 de julho de 1918 e falecido recentemente, no dia 5 de dezembro de 2013, Nelson Rolihlahla Mandela foi sem sombras de dúvidas uma das figuras mais importantes do século XX.
Seu exemplo na luta contra o Apartheid (o regime de segregação racial entre brancos e negros) na África do Sul deve ser replicado pelo mundo todo, e o que se viu nessas últimas duas semanas foi a maior prova de que Mandela era um homem querido e respeitado por praticamente todo o mundo, especialmente pelo seu povo.
De uma família considerada da nobreza tribal de seu país, Mandela se formou advogado em sua juventude, época em que também praticava o boxe como esporte.
Nos tempos de estudante ele logo se tornou um líder da resistência não violenta ao regime que vigorava em seu país, sempre pregando que todos, independentemente de cor, crença ou classe social, tinham os mesmo direitos.
Mandela, por sua luta contra o regime de Apartheid, desperta a ira dos governantes, que acabam por prendê-lo em 1956. Em 1957 teve inicio ao que ficou conhecido como Julgamento por Traição (uma tentativa do governo sul-africano de esvaziar as forças opositoras).
Após alguns anos, em 1961 todas as acusações contra Mandela acabam por serem retiradas e o caso é encerrado. Nesta época, Mandela já se encontra foragido, vivendo na clandestinidade.
Após perceber que pratica da não violência não seria mais eficiente nos propósitos de sua luta contra o regime, Mandela e outros membros do CNA (Congresso Nacional Africano) fundam o Umkhonto we Sizwe (Lança de uma Nação), uma espécie de braço armado. Mandela é nomeado o primeiro comandante em chefe dessa organização paramilitar.
Mandela acaba sendo preso mais uma vez, em 5 de agosto de 1962, sob acusação de descumprimento da ordem de restrição. Seu julgamento tem inicio em 22 de outubro do mesmo ano, e Mandela comparece trajando roupas tribais. Acaba condenado em 7 de novembro a 5 anos de prisão. Seu companheiro Walter Sisulu a 6 anos.
Em 11 de julho de 1963, a policia invade um esconderijo em Rivonia. Lá Mandela esteve escondido em outra oportunidade. São encontradas papeladas e muitas anotações que incriminam Mandela, que já estava cumprindo pena.
Tem inicio outro julgamento, e Mandela mais uma vez está no banco dos réus, só que desta vez as acusações são muito mais graves.
Em 11 de junho de 1964 o júri sentencia Mandela a uma pena de prisão perpetua. Essa pena deveria ser cumprida na famigerada prisão da ilha Robben. Lá ele receberia o número de identificação 466/64 e ficaria em uma cela com dimensões reduzidas.
Devido à forte pressão internacional, Mandela acaba sendo solto, em 11 de fevereiro de 1990, sendo aclamado por uma multidão.
A partir de então, Mandela demonstra uma mudança de atitude em seus discursos, assumindo um tom mais conciliador e menos inflamado. Ele parte então para uma viagem pelo mundo para espalhar a mensagem de igualdade.
Em 1992 um referendo é realizado na África do Sul (somente entre os brancos) e 68% decidem pelas reformas que permitem a realização de uma nova constituinte.
Mandela consegue se eleger com esmagadores 62% dos votos, e governa seu amado país de 1994 a 1999, fazendo esforços para unir todas as raças e por fim aos vestígios dos anos de Apartheid.
Ele acaba por se consolidar como um exemplo ao perdoar as pessoas que o colocaram na prisão por tanto tempo e ao pregar isso para a maioria negra da população sul-africana. Dessa forma, Mandela conseguiu evitar que uma guerra civil revanchista tivesse inicio, com os negros querendo se vingar da minoria branca que os havia oprimido. Um verdadeiro exemplo de estadista. Do tipo que fará falta ao mundo.