Lingüista, poliglota, botânico, zoólogo e geógrafo brasileiro nascido em Petrópolis, RJ, primeiro a tratar cientificamente a sínclise pronominal ou mesóclise, ou seja, a colocação do pronome no meio das formas verbais. Filho de pai turco, Said Ali, e mãe alemã, Catarina Schiffler, iniciou estudos em Petrópolis e chegou ao Rio de Janeiro aos 14 anos. Trabalhando então na livraria Laemmert, tentou estudar medicina, mas se dedicou posteriormente à pesquisa lingüística. Ocupou a cátedra de alemão na Escola Militar (1890) e no Ginásio Nacional, o Colégio Pedro II, até a deflagração da primeira guerra mundial quando a disciplina foi abolida.
Teve como alunos personalidades da nossa literatura como Manuel Bandeira, Sousa da Silveira, Antenor Nascentes, Artur Moses e Lopes da Costa Introduziu no Brasil o método direto do ensino de línguas e colaborou com Capistrano de Abreu em diversos trabalhos, entre os quais um estudo sobre a língua dos índios caxinauas. Além de fazer várias traduções, organizou edições de Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias e Castro Alves. Além de esclarecer vários problemas filológicos da língua portuguesa aplicando o método histórico-comparativo à sintaxe e à semântica, deve-se a ele a divisão climatológica do Brasil e a denominação da região Nordeste.
Começou publicando artigos na Revista Brasileira (1895) e teve como obras publicadas marcantes ainda Compêndio de geografia elementar e um Vocabulário ortográfico (1905), Dificuldades da língua portuguesa (1908), Lexiologia do português histórico (1921), Formação de palavras e sintaxe do português histórico (1923), Gramática secundária da língua portuguesa (1927), Meios de expressão e alterações semânticas (1930), Versificação portuguesa (1949), seu último livro em vida, e Acentuação e versificação latinas (1957), reunião de uma série de estudos seus, originalmente publicados na Revista de Cultura.
Também lecionou francês, inglês e geografia e, além da linguística, da literatura e do ensino, também interessou-se por ciências naturais. Viúvo (1944) de Gertrudes Gierling, senhora alemã com quem casara no começo do século, faleceu no Rio de Janeiro (1953).