Manuel de Borba Gato
Por Redação
Nasceu em São Paulo no ano de 1649, foi um dos mais importantes bandeirantes paulistas tendo destaque na participação na guerra dos emboabas. Foi filho de João de Borba Gato e Sebastiana Rodrigues que moravam na capitania de São Vicente desde 1630.
O pai, João Borba Gato também foi bandeirante e participou de bandeiras. Igualmente, seu tio, Belchior de Borba Gato, era um desbravador do sertão paulista e mais tarde se envolveu na revolta contra os jesuítas, participando também da Aclamação de Amador Bueno (1641).
Borba Gato teve inicio na vida de bandeirante, acompanhando seu sogro Fernão Dias Pais ( o mais famoso bandeirante da época). A bandeira partiu de São Paulo para o interior do Brasil mais precisamente no Mato Grosso em busca das esmeraldas de Sabarabuçu.
Com o fim da expedição em 1681 após encontrar diversas pedras verdes, Fernão Dias morre nas proximidades do rio das Velhas. Com isso a bandeira passou a ser comandada por Garcia Rodrigues Pais, filho mais velho do bandeirante que junto com Borba Gato voltou para a vila de São Vicente, mas no meio do caminho encontraram Rodrigo Castelo Branco um fidalgo castelhano que estava a serviço de Portugal e que estava na colônia representando a administração geral de Minas.
Como seu pai havia pedido, Garcia entrega as pedras verdes para o fidalgo, essa atitude deixou Borba Gato muito irritado e descontente com a situação. No ano seguinte em 1682, Rodrigo Castelo Branco é encontrado morto no fundo de um penhasco e o bandeirante foi o principal alvo das acusações sobre a morte do fidalgo. Com medo de ser preso e condenado Borba Gato foge para o sertão e por lá fica por dezessete anos.
Durante o período de dezessete anos que esteve escondido nas mata, o genro de Fernão Dias explora as regiões de Sabará e Caeté, nas proximidades do rio das Velhas em Minas Gerais e após um tempo de procura acabou encontrando um filão de ouro na região.
Sendo assim ao descobrir que Borba Gato tinha encontrado ouro em Sabará, o governador do Rio de Janeiro Artur de Sá foi diretamente a procura do bandeirante para oferecer a liberdade e perdoar o crime em troca da localização do ouro. O acordo foi feito e o bandeirante indicou onde estava o metal precioso nos ribeirinhos e na serra de Sabará.
Com isso novas descobertas foram ocorrendo ao longo do tempo, a mineração foi crescendo e impulsionou Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia e Goiás a iniciarem o ciclo do ouro. As cidades cresciam e a população enriquecia provocando um grande número de forasteiros.
Algum tempo depois Borba acabou sendo nomeado como superintendente das minas de ouro. Com esse cargo ele ficou responsável por organizar a justiça, pela divisão das lavras de ouro e pelo envio de impostos que iam diretamente para a coroa portuguesa.
Os paulistas se sentiram bastante ameaçados e procuraram de todas as formas garantirem a posse das minas, mas de tudo o que fosse feito 20% estava ficara dedicado a coroa. Como Portugal dependia dos paulistas e estavam sem saída, acabaram aceitando as regras.
Dessa forma acabou surgindo dois grupos distintos de mineradores: Os paulistas chefiados por Manuel de Borba Gato e os emboabas chefiados por Manuel Nunes Viana. Esse conflito ficou conhecido como Guerra dos Emboabas.
Durante o confronto, Borba Gato por via de um documento exigiu a retirada das tropas de Manuel Nunes da cidade. Após vários incidentes que envolveram duas mortes, Borba se retira da guerra e passa a morar em sua fazenda em Paraopeba. Os paulistas foram derrotados no confronto e a coroa decidiu criar a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro.
Borba Gato volta a assumir o posto de superintendente das minas do distrito do rio das Velhas. Morre em 1718 no arraial de Sabará em Minas Gerais e foi sepultado na capela de Santana, no arraial do rio das Velhas.
Referencias Bibliográficas:
https://www.todamateria.com.br/borba-gato/
https://www.ebiografia.com/borba_gato/
https://noticias.r7.com/hora-7/conhecimento-cientifico/borba-gato-quem-foi-historia-guerra-dos-emboabas-e-bandeirismo-17082020
FERREIRA, Barros. Borba Gato. São Paulo: Saraiva. 1989. 139 p.
Autor: Patrick da Silva Medeiros
Graduado em História pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)