Manuel da Costa Ataíde
Por Mariana Sousa
, atualizado em
Manuel da Costa Ataíde também era chamado de Mestre Ataíde. Nasceu na cidade de Mariana, em Minas Gerais, no ano de 1762. Além de ter sido militar, ficou famoso por seu talento com decoração e pintura.
Representou a arte do Barroco-Rococó mineiro e acabou influenciando muitos alunos e pintores daquela geração do século XIX. Manuel também revolucionou ao desenvolver um método de composição para que a arte da perspectiva ganhasse vida nos tetos das igrejas. Na verdade, vários documentos do período atestam que esse pintor também foi um excelente professor de arte.
A formação artística do mineiro não é tão bem conhecida. Há muitas de suas criações que sequer foram documentadas. Mas em várias cidades de Minas Gerais é possível é encontrar muitos de seus talentos. Manuel gostava da cor viva, da combinação inusitada. Ele associava tais traços à exuberância do país. Nos desenhos, anjos e madonas tinham traços de mestiçagem. Assim como os santos. Muitos teóricos o colocam como um precursor da arte com total originalidade brasileira.
Manuel também esteve ao lado, como amigo e parceiro de trabalho, do grande mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Manuel é um divisor na pintura brasileira, especialmente no período do Brasil colonial.
Resumo:
Vida pessoal
A vida pessoal de Manuel não é muito falada. Gostava de conviver bem com a família, era muito generoso com aprendizes e escravos. Devoto ao catolicismo, fez parte de 10 diferentes irmandades de tal religião. Vários documentos mostram sua relação com a igreja. Em outras irmandades, acabou não sendo aceito por que tais espaços o consideravam como um pregador do concubinato. A essas críticas, respondia sempre que apesar de ser considerada irregular, sua prática representava a fragilidade humana.
A carreira militar parece algo fora do perfil do mineiro. Um cargo mais honorário do que efetivo, já que Manuel sempre foi um “homem calmo, fino, rico de dotes e prestígios”, como aponta Fritz Teixeira de Salles.
O espólio de Manuel acaba revelando alguns de seus hábitos: pianoforte, rabecas, violetas, um fagote, tabaco, espadas, espingardas e pistolas, corrente dourada, de fivelas de calção de pedras de topázio cravadas em prata dourada e outros utensílios diversos. Uma bíblia ilustrada, um dicionário de francês, o tratado Segredo das Artes, uma luneta, um oratório dourado com cinco imagens.
Apreciador de música, gostava das representações de tal arte, tendo pintado orquestras inteiras.