Advogado e político brasileiro nascido em Salvador, BA, de visão nacionalista e incentivador da industrialização do país. Formado em direito pela Universidade de Coimbra (1822), onde também estudou matemática e ciências naturais, voltou à Bahia como juiz e em seguida foi transferido para o Rio de Janeiro. Representante de seu estado na assembléia geral, foi contador-geral do Tesouro (1830-1833) e nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros (1835). Eleito senador pela Bahia (1837) chegou a acumular ao mesmo tempo as pastas do Império e da Fazenda (1937-1839).
Protecionista e opositor do modelo internacional de comércio a época, o livre-cambismo, prática comercial que favorecia a importação de produtos estrangeiros, principalmente ingleses, foi reconduzido ao Ministério da Fazenda (1844-1845), juntamente com o da Justiça, quando reformou as tarifas de importação, o que lhe valeu muitas antipatias. Sua política protecionista visava ampliar a receita fiscal e diminuir o déficit interno, estimular a industrialização, levar os importadores ingleses a um tratamento mais eqüitativo nas trocas com o Brasil, favorecer a ampliação do mercado interno e o crescimento do trabalho assalariado.
Porém esta política provocou a oposição dos importadores e represálias britânicas, entre as quais o Aberdeen Act (1845), que autorizou navios ingleses a afundar os navios negreiros, até mesmo nas costas brasileiras. Ainda acumulou a pasta da Fazenda e a presidência do conselho de ministros (1847). Foi nomeado pelo imperador conselheiro de estado e cavaleiro da Ordem do Cruzeiro e com o título de visconde de Caravelas (1854) e morreu em Niterói, RJ, em meados do ano seguinte.