Manabu Mabe

Pintor japonês naturalizado brasileiro nascido em Kumamoto-Ken, situada na ilha de Kiushiu, Sul do Japão, conhecido por seus quadros abstracionistas caracterizados pelas cores vivas e grandes dimensões, apelidado no Brasil de O samurai da pintura. Veio para o Brasil (1934) para trabalhar na lavoura cafeeira no interior de São Paulo. Autodidata, começou a pintar natureza-morta e paisagem. Por volta dos 20 anos, para driblar o tédio do tempo chuvoso, quando não se podia plantar café, pintava nos fins de semana e nos dias de chuva, sempre usando como apoio para as telas a cabeceira da cama do pequeno quarto que dividia com os irmãos, iniciando, assim, uma brilhante carreira nas artes plásticas.

Realizou sua primeira mostra individual na capital paulista (1948) e, no ano seguinte, após a morte do pai, que não concordava que ele se dedicasse à arte, já participava do Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro. Foi convidado a participar da Bienal de Arte do Japão (1956)e, a partir de então, recebeu dezenas de premiações em todo o mundo. Mudou-se de Lins para São Paulo, onde inicialmente enfrentou dificuldades, mas com o reconhecimento internacional, ganhou fama e fortuna. Naturalizado às pressas para ganhar o prêmio de melhor pintor brasileiro na Bienal (1959), ele foi um dos primeiros artistas orientais a deixar a sua marca na cultura nacional.

Teve um grande prejuízo artístico (1979) quando um avião cargueiro da Varig, que fazia a rota Tóquio-Los Angeles, caiu no Pacífico com uma seleção de 63 óleos de sua autoria, pintados (1947-1978) e que tinham sido expostas no Japão, mas o artista se recuperou e sua obra ganhou uma grande retrospectiva no Museu de Arte de São Paulo, o Masp (1986). Era casado com Yoshino Mabe (1934- ) e tinha três filhos que seguiram sua paixão pela arte: os gêmeos John, marchand, e Ken, arquiteto, e Yugo, artista plástico. Diabético, morreu aos 73 anos, no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, vítima de uma infecção generalizada resultante de complicações causadas por um transplante de rim (1996), quando tentava se recuperar da extração do baço, e foi enterrado no cemitério Congonhas, no Morumbi.

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