Iberê Camargo
Por Mariana Sousa
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Iberê Camargo trabalhou como gravador, professor e pintor, tendo representado bem o Brasil no cenário artístico mundial. Ele nasceu no Rio Grande do Sul, na cidade de Restinga Seca. Em termos de escola artística, representa um legítimo mestre do abstracionismo com requintes do Expressionismo brasileiro. Foi aluno de Guignard e, ainda jovem, conquistou importante prêmio que lhe garantiu viagem ao exterior no ano de 1947. Tal faceta o colocou no cenário da divisão moderna do Salão Nacional de Belas-Artes.
A viagem à Europa fez com Iberê Camargo pudesse estudar gravura com o mestre Carlo Alberto Petrucci, em Roma. Outros dos seus orientadores de pintura, em Paris, foram André Lhote e Giorgio De Chirico. Quando retornou ao Brasil, passou a morar no Rio de Janeiro. Ali começou a estudar gravuras na área metálica e foi se especializando cada vez mais na seara. Em 1954, idealizou o salão Preto e Branco. Um ano depois, lançou Miniatura. A consolidação do seu estilo abstracionista expressionista veio com Carretéis (1960).
No ano de 1961, Iberê Camargo foi homenageado como o melhor pintor do país na VI Bienal de São Paulo. Tal prêmio fez crescer o prestígio do artista em todo o Brasil e também no exterior. A partir daí, passou a se apresentar ainda mais nas exposições de cunho individual e coletivo nos famosos circuitos de Washington, Nova York, Paris, Montevidéu e Barcelona.
Resumo:
Prêmios e fatalidade
A carreira de Iberê Camargo foi coroada quando executou um gigantesco painel localizado na sede da Organização Mundial de Saúde, em Genebra, no ano de 1966.
A vida, entretanto, preparou uma peça nada agradável para o artista. Em dezembro de 1980, Iberê Camargo foi personagem de uma tragédia da história real. Ele acabou assassinando, com tiros, um engenheiro de 32 anos conhecido como Sérgio Alexandre Esteves Areal. As versões dão conta de que o engenheiro estava a discutir com uma mulher. Camargo teria se envolvido na discussão. Após uma luta entre os dois homens, Iberê Camargo teria disparado tiros contra o engenheiro.
As informações dão conta de que Iberê Camargo permaneceu 30 dias na prisão e foi absolvido por legítima defesa. Depois de sair da prisão, em 1982, ele voltou a morar em Porto Alegre. As suas obras passam a ganhar tons mais dramáticos. De início, ele passa a apresentar figuras humanas em grandes telas associadas a outros símbolos comuns de seus traços. Carreteis e tubos envolvem os personagens. Iberê Camargo faleceu em Porto Alegre, no ano de 1994.