Franz Weissmann
Por Redação
Escultor neoconcretista nascido em Knittefeld, na Áustria, e radicado no Brasil desde os 10 anos de idade, conhecido como o Escultor do vazio, que viveu a história da arte brasileira do século XX. Chegou com seus pais ao Brasil (1921), morou no interior do Estado de São Paulo por seis anos e transferiu-se com a família para a capital (1927). Dois anos depois, a família mudou-se para o Rio, onde fez o curso preparatório para a Escola Politécnica. Montou seu primeiro ateliê em Belo Horizonte (1937) e, dois anos depois, ingressou na Escola Nacional de Belas Artes, onde estudou Arquitetura e Pintura.
Participou com o pintor brasileiro Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) na constituição (1944-1948) da primeira escola de arte moderna da cidade de Belo Horizonte, a Escola Municipal de Belas-Artes. Fez sua primeira exposição individual (1946) na Escola Nacional de Belas Artes, com aquarelas e desenhos e três anos depois, recebeu, no Rio, o grande prêmio de desenho no Salão Nacional de Arte Moderna.
Trabalhando especialmente com esculturas em bronze, argila e aço para modular o espaço, o artista participou da 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951) e foi premiado em três bienais consecutivas (1953 / 1955 / 1957) e passou a integrar o Grupo Frente (1955). Voltou para o Rio e naturalizou-se brasileiro (1956). Foi um dos fundadores do Grupo Neoconcreto (1959), junto com Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Lygia Clark e Lygia Pape.
Na década seguinte morou na Espanha e na França. Participou de várias bienais de São Paulo e dos Salões de Arte Moderna do Rio e recebeu prêmios em mostras importantes no Brasil e no exterior. Foi homenageado com uma sala especial na 8º mostra (1965) e participou também da grande exposição de dois anos depois (1967). Apoiou o boicote internacional contra a ditadura brasileira recusando-se a participar da 10º Bienal (1969).
Projetou os jardins da 36ª Bienal de Veneza (1972) e participou das bienais belgas de Escultura ao Ar Livre, nas duas décadas seguintes. A última mostra com suas obras foi em São Paulo, no MAM (2005), no início do ano. Aos 93 anos, o escultor austríaco-brasileiro morreu em sua casa em Ipanema, Rio de Janeiro, de insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia, e teve seu corpo cremado. Foi um escultor de grande produção e teve participação ativa na construção material e teórica e no debate sobre as artes plásticas no século XX no Brasil.