Franz Kafka
Por Redação
Romancista. novelista e contista austríaco judeu nascido em Praga, então pertencente ao império austro-húngaro e hoje capital Checa, um dos mais admirados e traduzidos intelectuais da literatura mundial, cujas obras tornaram-se proféticas das perseguições que os judeus passaram a sofrer poucos anos após sua morte. Filho de um pequeno comerciante, teve infância e adolescência marcadas pela figura dominadora do pai, para quem apenas o sucesso material contava.
Estudou direito na Universidade de Praga (1901-1906), onde conheceu seu grande amigo e posterior biógrafo, Max Brod. Começou então a freqüentar os círculos literários e políticos da pequena comunidade judaico-alemã, na qual circulavam idéias e atitudes críticas e inconformistas, com que se identificava. Na sua formação intelectual tiveram peso especial a leitura de Heinrich von Kleist, Flaubert, Pascal e Kierkgaard e o ambiente de Praga, cidade medieval gótica dotada de elementos eslavos, alemães e de barroco sombrio.
Concluído o curso, empregou-se (1908) numa companhia de seguros, como inspetor de acidentes de trabalho e viveu obscuramente e inconformado como empregado, pois o mesmo o impedia de se dedicar totalmente à atividade literária. Com a uma série de fracassos amorosos, entregou-se ao sentimento de solidão e desamparo que nunca o abandonaria.
Escreveu seu primeiro livro, Beschreibung eines Kampfes (1909), publicado na íntegra postumamente (1936), onde ele próprio manifestou essas circunstâncias. Suas obras-primas seriam Der Prozess (1925) e Das Schloss (1926), publicadas postumamente por Max Brod. Durante sua vida nunca conseguiu atingir grande fama com seus livros, porém o escritor deixaria uma obra literária que teria enorme influência sob as futuras gerações e que é cultuada por quase todo o planeta.
Atacado pela tuberculose (1917), submeteu-se a longos períodos de repouso. Deixou definitivamente o emprego (1922) e, excetuadas breves temporadas em Praga e Berlim, passou o resto da vida em sanatórios e balneários. Vinte anos após sua morte em um sanatório, em Kierling, perto de Viena, onde se internara, conquistou inédito prestígio mundial.
Com um estilo sobriamente realista, alguns críticos consideram suas obras como símbolos do comportamento humano. Como escritor tcheco de expressão alemã, vários de seus livros foram transformados em filmes e entre publicações em vida e póstumas também são lembradas Betrachtung (1913), Das urteil (1913), Die werwandlung (1915), Das urteil (1916), In der strafkolonie (1919), Ein landarzt (1919), Brief an der vater (1919), Ein hungerkünstler (1924), Der verschollene (1927), Beim bau der chinesischen mauer (1931), Beschreibung eines kampfes (1936), Tagebücher 1910-23 (1951), Briefe an milena (1952), Hochzeitsvorbereitungenaufdemlande (1953), Briefe 1902-24 (1958), Briefe an felice (1967), Sämtliche erzählungen (1969), Briefe an ottla (1974), Schriften, tagebücher, briefe (1982) e Briefe an den vater (1986).
Contra o desejo expresso do escritor, que queria que seus inéditos fossem queimados após sua morte, Max Brod publicou romances, textos em prosa, correspondência pessoal e diários. Sua obra teve profunda influência sobre movimentos artísticos como o surrealismo, o existencialismo e o teatro do absurdo.