François Marie Arouet
Por Redação
Filósofo iluminista francês nascido em Paris, um dos mais influentes da história e famoso por criticar violentamente a Igreja e a intolerância religiosa, tornando-se o símbolo da liberdade de pensamento. Filho de abastada família burguesa, estudou leis com os jesuítas no Colégio Louis-le-Grand em Paris, e tornou-se escritor.
Membro da Société du Temple, de libertinos e livres-pensadores, foi prisioneiro da Bastilha por 11 meses (1717-1718) como responsável por um panfleto satírico, embora alegasse inocência, período onde escreveu a tragédia Oedipe (1718), cujo sucesso o consagrou nos meios intelectuais.
Por desentendimentos com o influente duque de Rohan-Chabot, exilou-se na Inglaterra (1726-1729) e, de volta a França, escreveu o seu mais famoso livro, Lettres philosophiques ou Lettres sur les anglais (1734), um conjunto de "cartas" sobre os ingleses, nas quais fazia espirituosas comparações entre a liberdade inglesa e o atraso da França absolutista, clerical e obsoleta.
Com o livro condenado pelas autoridades, refugiou-se no castelo de Cirey, e aí passou dez anos com sua amante, a marquesa du Châtelet. Voltou a Paris (1744), foi eleito para a Academia Francesa (1746) e introduzido por Madame de Pompadour na corte. Recuperado na corte tornou-se historiador real (1750) e esteve a convite na corte de Frederico II, o Grande, da Prússia, na corte de Potsdam (1750-1753), de onde saiu após depois de um atrito com o rei.
Voltando à França fez grandes negócios, inclusive especulações na bolsa, e estabelecido próximo a Genebra (1755), onde posteriormente comprou o castelo e a fazenda de Ferney (1758), onde instalou uma fábrica de tecidos e outra de relógios, e aí ficou até o fim da vida, tornando-se muito rico, inclusive ao morrer, tinha uma renda anual de 350.000 libras. Iniciou seus escritos anti-religiosos (1762) e retornou de Ferney para Paris como uma celebridade (1778), onde suas idéias tornaram-se influentes para a origem da Revolução Francesa.
Defendeu a burguesia contra a aristocracia feudal e, embora detestasse a Igreja Católica e quaisquer formas de intolerância, não era ateu. Sua obra literária foi composta essencialmente de peças teatrais como Zaïre (1732) e Alzire (1736), livros de história A Histoire de Charles XII (1731I), Le Siècle de Louis XIV (1751) e Essai sur les moeurs et l’esprit des nations (1756), o dicionário Dictionnaire philosophique(1764) e os romances ou contos filosóficos Zadig (1747), Micromégas (1752) e Candide (1759), considerada sua obra-prima.