Francisco José Itamar de Assumpção
Por Mariana Sousa
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Francisco José Itamar de Assumpção foi um artista brasileiro. Atuou como cantor, compositor, instrumentista, produtor e arranjador. Esteve como ícone na cena independente e foi muito aclamado pela crítica alternativa de São Paulo no período dos anos 80 e 90.
Nascido em Tietê, interior de São Paulo, no ano de 1949, tinha origem angolana na ancestralidade. Os parentes do músico eram pertencentes ao candomblé tradicional praticado nos quintais das residências. Passou um período de sua vida no Paraná, cursou Contabilidade, mas se encontrou na faculdade de teatro. Entrou na vida artística ainda em Londrina. Era autodidata e apaixonado por instrumentos musicais. Em 1973, viajou para São Paulo e passou a seguir carreira musical.
Teve duas filhas que também estão ligadas à arte: Serena Assumpção e a cantora e compositora Anelis Assumpção.
Na cena alternativa paulista, inovou com o movimento chamado Vanguarda Paulista, que reuniu vários outros músicos. O período foi conhecido como Época das Trevas Modernas, que antecedeu o movimento da Internet. Nesse intervalo, cada artista se libertava do jugo da gravadora e lançava seu produto musical diretamente e de forma independente, sendo o próprio empresário de si mesmo. Itamar Assumpção era incentivador desse movimento e sempre estava julgando e avaliando tais trabalhos.
Houve todo um tensionamento com o mundo empresarial da música e muitos desses alternativos artistas passaram a ser chamados de “malditos”. Todo esse momento tenebroso era usado por Francisco José Itamar de Assumpção como um terreno fértil para a produção musical e poética. Ele sempre foi um ferrenho defensor da originalidade do artista, sem se render aos ditames do mercado. Um de seus palpites na área acabou sendo “Se tivesse que ouvir conselho, pediria ao Hermeto Pascoal…” ou ainda: “Eu sou artista popular!”, declarava com indignação.
As canções mais aclamadas do músico foram: Fico Louco, Parece que bebe, Beijo na Boca, Sutil, Milágrimas, Vida de Artista, Dor Elegante e Estropício.
O “maldito da MPB” misturava rock, funk e lidava bem com os ritmos de outros países. As letras de Assunção eram marcadas por crítica social e sátiras bem pensadas. As suas influências não eram nada menos que Adoniran Barbosa, Cartola, Jimi Hendrix e Miles Davis, além de poetas como Paulo Leminski e Alice Ruiz.
A trajetória do importante artista acabou sendo interrompida muito cedo, pois Francisco José Itamar de Assumpção morreu em 2003, vítima de um doloroso e insistente câncer de intestino.