Francisco José de Goya y Lucientes
Por Redação
Pintor e gravador espanhol nascido em Fuendetodos, Saragoça, um dos grandes mestres da pintura espanhola e da gravura mundial dos séculos XIX e XX. Filho do mestre decorador José de Goya e de Gracia Lucientes, começou os estudos em Saragoça, ensinado pelo pintor José Luzán, instruído em Nápoles, professor na Academia de Desenho de Saragoça. Ainda jovem conseguiu uma bolsa na Real Academia de San Fernando em Madri, onde se tornou pupilo do pintor da corte espanhola Francisco Bayeu.
Foi para Itália continuar os estudos (1770), pelos seus próprios meios, regressando no ano seguinte a Saragoça, onde foi encarregado de pintar os afrescos convencionais da capela de Nuestra Señora del Pilar, em Saragoça Este trabalho foi executado em espaços durante os dez anos seguintes, até que se incompatibilizou com a Junta da Basílica de Nossa Senhora do Pilar. Casou-se (1773) com a irmã de Francisco Bayeu e, chamado pelo seu cunhado, passou a morar em Madri (1775).
Indicado pelo cunhado, foi encarregado de pintar a primeira série de cartões, de um lote que acabaria em 60 pinturas (1792), para a Real Fábrica de Tapeçarias de Santa Bárbara, um trabalho dirigido pelo artista alemão Anton Raphael Mengs, um dos expoentes do neoclassicismo e diretor artístico da corte espanhola, com o título de Primeiro Pintor da Câmara. Tornou-se membro da Real Academia de São Fernando de Madrid, sendo admitido com um quadro intitulado Cristo na Cruz (1780).
Foi nomeado pintor da corte (1786) por Carlos III, nomeação confirmada por Carlos IV. Pintou O prado de São Isidro (1787). A partir da década seguinte passou a demonstrar suas inclinações realistas (1792) derivando para o erotismo. Viajando pela Andaluzia (1792), adoeceu gravemente, só se restabelecendo no ano seguinte, mas ficou surdo.
Nomeado primeiro pintor da corte (1799) atingiu o auge do prestígio, e ficou no cargo até quando o trono foi ocupado (1808) por José Bonaparte. Depois de completar sua coleção mais célebre, Os desastres da guerra (1810-1814), na qual o artista rememora as atrocidades das invasões napoleônicas na Espanha, voltou ao cargo na corte (1814) com Fernando VII, mas a restauração do absolutismo levou-o a isolar-se na Quinta del Sordo.
Produziu a coleção de gravuras Tauromaquia (1816) mostrando as façanhas e heróis célebres da plaza de toros e depois realizou o último dos seus conjuntos de gravuras e o de mais difícil abordagem, os Disparates (1819). Mudou-se (1824) para Bordéus, na França, onde morreu depois de quatro anos.
Também ficaram conhecidos os trabalhos Conde de Floridablanca (1783), os quadros oficiais do novo rei, Carlos IV, e rainha, Maria Luísa (1789), Os Caprichos (1797-1799), obra em áqua-tinta com 80 gravuras e dada ao rei em troca de uma pensão para o filho Francisco Xavier, então com 15 anos, O Manicómio (1799), o seu famoso retrato da família real espanhola (1800-1801) e terminando nos retratos, do marquês de San Adrián (1804) e de Bartilé Sureda (1806), entre outros tantos.