Francisco de Sales Torres Homem
Por Redação
Médico, advogado, deputado, alto funcionário público brasileiro nascido no Rio de Janeiro, que foi do Tesouro Nacional, presidente do Banco do Brasil, ministro da Fazenda, senador do Império e Visconde de Inhomirim, e que pesar de sua participação nas Letras, o jornalismo e a política foram efetivamente seu campo de atuação. Filho de um padre negocista e briguento, e da mulata forra Maria Patrícia, quitandeira no largo do Rosário, alcunhada Você me mata. Após a graduação em Medicina, foi inscrito por Evaristo da Veiga na Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional, órgão moderador, e levado a escrever artigos políticos para os jornais. Indo para Paris, formou-se em Direito pela Universidade de França, especializando-se em Política Econômica. |
A amizade que mantinha com Gonçalves de Magalhães, desde a infância no Rio de Janeiro, deve tê-lo aproximado do Instituto Histórico de Paris, onde, ao lado do poeta e de Araújo Porto Alegre, dissertou sobre o estado das ciências no Brasil. Ingressou na Sociedade dos Patriarcas Invisíveis (1842), entidade secreta, de caráter revolucionário, que pegou armas contra a monarquia, o que lhe valeu o desterro, em Portugal, durante alguns meses. Ao regressar, juntou-se ao grupo que fundou (1843), o jornal de ciências, letras e artes, Minerva Brasiliense. Como jornalista, escreveu no Jornal dos Debates Políticos e Literários (1837-1838), no Despertador (1838-1841) e no Maiorista (1838-1841).
Na política, ingressou como deputado pelo Ceará (1842-1844) e, posteriormente, foi eleito por Minas Gerais (1845-1847) e pelo Rio de Janeiro (1848-1850). Ao chegar ao Senado (1870), empenhou-se em defesa da liberdade dos filhos das escravas, o que, no ano seguinte, lhe valeu a comenda da Ordem de Cristo e, posteriormente, o título de Visconde. No final de sua vida, doente e abatido pela asma, manifestou novamente sua desobediência ao Império, ao viajar para o Exterior, para se tratar, sem solicitar licença prévia. Voltando ao Brasil, retomou os trabalhos legislativos, mas seu estado de saúde o levou de volta ao velho continente e morreu em Paris.