Federico García Lorca
Por Redação
Poeta espanhol nascido em Fuente Vaqueros, província de Granada, cuja obra constitui um dos pontos altos da poesia espanhola do século XX. Após sobreviver uma infância marcada por graves e consecutivas enfermidades, estudou direito e literatura, inicialmente em Granada e depois (1919), em Madri. Nessa época aproximou-se dos grandes nomes da vanguarda artística espanhola e tornou-se amigo íntimo de Salvador Dalí, Manuel de Falla, Luis Buñuel e Rafael Alberti. Com a publicação de Libro de poemas (1921) despertou a atenção da crítica, e passou (1925) a colaborar em várias revistas literárias madrilenhas, sobretudo em La Gaceta Literaria e na Revista de Occidente. A crítica o consagrou em definitivo após a publicação das Canciones gitanas (1927). No ano seguinte publicou Romancero gitano (1928), para muitos a maior de suas obras poéticas, e ingressou na galeria dos grandes nomes da poesia espanhola. Esteve em Nova York (1929), como bolsista da Universidade de Colúmbia, e fez ainda uma viagem a Cuba.
Regressou à Espanha (1931) e fundou e passou a dirigir o importante grupo teatral universitário La Barraca (1932). Visitou países da América Latina (1933), onde fez brande sucesso como poeta e, sobretudo, como dramaturgo e conferencista em países como Brasil, Argentina e Uruguai. Socialista convicto sem nunca ter sido comunista, havia tomado posição a favor da República e, aos 38 anos, foi preso por ordem de um deputado católico direitista que justificou sua prisão sob a alegação de que ele era mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver. Em seguida foi executado pelos Nacionalistas franquistas em Víznar, com um tiro na nuca, perto de Granada, em 19 de agosto (1936), numa execução que teve repercussão mundial. Nesta ocasião o general Franco dava início à guerra civil espanhola. Como poeta destacou-se com as publicações Poema del cante jondo (1931), Llanto por Ignacio Sánchez Mejías (1935), Seis poemas gallegos (1935), Poeta en Nueva York (1940) publicado em livro postumamente, no México.
Como dramaturgo iniciou sua bem sucedida carreira aos 22 anos, em Madri, com a encenação de El maleficio de la mariposa, peça à qual se seguiram Mariana Pineda (1927), La zapatera prodigiosa (1930), Así que pasen cinco años (1937) e Doña Rosita la soltera o El lenguaje de las flores (1935) e alcançou seu auge com a trilogia, essencialmente trágica, formada por Bodas de sangre (1933), Yerma (1934) e La casa de Bernarda Alba (1936), esta escrita na maior parte em prosa e talvez sua melhor peça.