Dom Dinis
Por Redação
, atualizado em
Sexto rei de Portugal (1279-1325), nascido em Lisboa, conhecido como o Rei Trovador ou o Rei Lavrador. Filho de Afonso III e de sua segunda mulher, Beatriz, e neto de Afonso X de Castela, casou-se com Isabel de Aragão, chamada a Rainha Santa. Desde cedo foi preparado para ser rei pelo seu pai e quando subiu ao trono português, aclamado em Lisboa (1279), impôs sua autoridade e consolidou a unificação administrativa e cultural da nação. Quando subiu ao trono português o país encontrava-se em conflito com a Igreja Católica e imediatamente procurou normalizar a situação jurando ao Papa Nicolau III proteger os interesses de Roma em Portugal e criando a Ordem de Cristo ligada à Ordem dos Templários.
Foi essencialmente um rei administrador e não guerreiro, pois embora tenha se envolvido na guerra com Castela (1295), desistiu dela em troca das vilas de Serpa e Moura. Pelo Tratado de Alcanises (1297) firmou a Paz com Castela, definindo-se nesse tratado as fronteiras atuais entre os dois países ibéricos. Para estimular a agricultura, distribuiu terras a colonos, mandou construir canais e secar pântanos e limitou os privilégios territoriais da igreja e, por isso, foi cognominado O Lavrador ou O Rei-Agricultor. Durante seu longo reinado, o comércio também prosperou, com o aumento da extração de metais, a proteção às feiras e a reorganização da Marinha. Beneficiou a literatura e mandou traduzir livros latinos e árabes, inclusive a Geografia de Razis.
Adotou o vernáculo nos documentos oficiais e fundou a primeira universidade do país, que funcionou entre Lisboa e Coimbra, até se fixar nesta última cidade. Poeta e protetor de trovadores e jograis, também foi apelidado de O Rei-Poeta ou O Rei-Trovador pelas cantigas que compôs e pelo desenvolvimento da poesia trovadoresca a que se assistiu no seu reinado. Compôs também cerca de 140 cantigas líricas e satíricas, e permaneceu no poder até sua morte, em Santarém, e está sepultado no Convento de São Dinis, em Odivelas. Os últimos anos do seu reinado foram marcados por conflitos internos quando o herdeiro, futuro D. Afonso IV, achou que o rei favorecesse seu filho bastardo, Afonso Sanches, entrou em conflito com o pai, mas não chegou a haver guerra civil. Foi o primeiro rei português a assinar os seus documentos com o nome completo e por isso presume-se que tenha sido o primeiro rei português não analfabeto.