Político e líder comunista chinês nascido na província de Sichuan, principal inspirador da reação contra o maoísmo e da introdução das últimas grandes reformas políticas e econômicas na China (1980-1990). Estudou na França e na União Soviética, e voltou ao seu país para desenvolver a organização política e militar do Exército Vermelho no sul do país. Ligado ao Partido Comunista desde a juventude, participou da Longa Marcha comandada por Mao Tsé-tung, e com a vitória dos comunistas (1949), passou a ocupar altos cargos no governo, como vice-primeiro-ministro (1952) e secretário-geral do Partido Comunista (1954). Foi decisivo na mudança das relações sino-soviéticas na década seguinte. Destituído durante a revolução cultural, movimento dado por encerrado no IX Congresso do Partido Comunista Chinês (1969), foi preso acusado de seguir tendências capitalistas.
Retomou o cargo de vice-primeiro-ministro ao tempo em criava o de vice-presidente do comitê central do Partido e de membro do Politburo (1975). Homem forte do governo de Mao Tsé-tung, com a morte deste (1976) foi afastado do poder temporariamente por Hua Kuo-feng. mas logo voltou a ser o principal dirigente político da China, novamente tornando-se o homem forte do país. A partir do ano seguinte afastou-se dos postulados maoístas, combatendo os opositores radicais, especialmente o chamado bando dos quatro. Tornou-se presidente da Comissão Militar Central do PCC (1981), cargo que exerceu até sua renúncia (1990). Iniciou uma reforma econômica (1984), repelindo o modelo soviético.
Implantou a economia de mercado e realizou uma política de aproximação com o Japão e os Estados Unidos, atraindo capitais estrangeiros para o país. Reaproximou-se do governo soviético (1989) e, junto com Mikhail Gorbatchev, anunciou a normalização das relações entre a China e a União Soviética. No campo político manteve-se irredutível na defesa de um partido único, com rigoroso controle sobre qualquer oposição. Morreu em conseqüência de complicações causadas pelo mal de Parkinson e infecção pulmonar, em Pequim, com sua imagem ainda marcada negativamente pela autorização para que o Exército Nacional esmagasse violentamente os movimentos estudantis por reformas democráticas, concentrados na praça da Paz Celestial, em Pequim (1989), provocando milhares de mortes.