David Ricardo
Por Redação
Economista inglês nascido em Londres, criador da teoria da lei de ferro dos salários. Terceiro filho de um judeu holandês que fez fortuna na bolsa de valores, trabalhou com o pai desde os 14 anos, demonstrando grande aptidão para o comércio. Aos 21 anos rompeu religiosamente com a família, convertendo-se ao cristianismo, mais precisamente ao protestantismo unitarista, e casando-se com uma quacre. Prosseguiu suas atividades na bolsa e ganhou dinheiro e prestígio profissional nas atividades de investimento. Passou, então, a se dedicar à literatura e à ciência, especialmente matemática, química e geologia e, sob a influência da leitura casual das obras do compatriota Adam Smith, passou a estudar detalhadamente as questões monetárias.
Em seu primeiro trabalho The High Price of Bullion, a Proof of the Depreciation of Bank Notes (1810), pregava a limitação na emissão de moeda como medida preventiva para o combate à inflação. Sua teoria foi aceita por um comitê indicado pela Câmara dos Comuns, o que lhe deu grande prestígio. Aposentado de suas atividades profossionais (1814), refugiou-se em suas propriedades rurais em Gloucestershire e, ali, escreveu e publicou sua obra capital, Principles of Political Economy and Taxation (1817), onde expôs suas principais idéias econômicas, até certo ponto polêmicas, pois politicamente, elas favoreceriam a burguesia industrial contra a classe ruralista. Entrou para o Parlamento (1819), onde sua grande reputação como economista fez com que suas opiniões sobre o livre comércio fossem recebidas com respeito, embora não representassem ainda o pensamento dominante na Câmara.
Morreu em Gatcomb Park, Gloucestershire, e foi o pioneiro na exigência de rigor científico nos estudos econômicos e analisou os aspectos mais significativos do sistema capitalista de produção. Em oposição ao mercantilismo, formulou um sistema de livre comércio e produção de bens que permitiria a cada país se especializar na fabricação dos produtos nos quais tivesse vantagem comparativa, também chamado de sistema de custos comparativos. Nas suas doutrinas de livre mercado opôs-se aos aumentos do ganho real dos trabalhadores porque isso se revelaria inútil, tendo em vista que os salários permaneceriam, forçosamente, próximos ao nível de subsistência.