David Hume
Por Redação
Historiador, economista e filósofo escocês, nascido nas proximidades de Edimburgo, um dos maiores expoentes da filosofia moderna, com pensamento baseado no ceticismo positivo, considerado o fundador da escola cética ou agnóstica de filosofia, o Empirismo, cujo princípio básico é evitar toda hipótese não comprovável experimentalmente. Filho de pequenos agricultores, Joseph Hume e Katherine Falconer, de acordo com o sistema de primogenitura o filho mais velho herdou às propriedades da família e ele, de acordo com as expectativas de sua família, deveria seguir a tradicional carreira de advogado. Freqüentou a Universidade Edimburgo (1724-1726) e por achar advocacia muito chata, dedicou-se entusiasticamente ao estudo de literatura e filosofia, enquanto trabalhava como comerciante. Em busca de aprofundar esses conhecimentos, estudou na França (1734-1737) e lá escreveu seu primeiro livro, A Treatise of Human Nature, que publicou após voltar para seu país (1739) e que o decepcionou com a fraca recepção. Com esse trabalho tentou, sem êxito, obter a cátedra de ética em Edimburgo.
Porém seu novo livro foi sucesso imediato. Essays, Moral and Political (1741-1742) deu-lhe crescente prestígio e no final daquela década trabalhou como secretário do General James St. Clair em missões militares na Britânia, Viena e Turim. Ainda em Edimburgo (1751) foi nomeado guardião da biblioteca da Faculty of Advocates in Edinburgh. Com a publicação de Political Discourses (1752), começou a ser internacionalmente conhecido. Serviu por alguns anos como secretário de governo e então entrou para o serviço diplomático (1763) quando foi nomeado embaixador em Paris (1763-1766). Fez várias viagens ao interior da França, aos Países Baixos, à Alemanha e à Itália, países em que entrou em contato com os principais intelectuais europeus, entre eles o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau. De volta a Inglaterra, ainda esteve em Londres trabalhando por um tempo como secretário de estado (1766-1769) e, então, aposentou-se (1769), retirando-se definitivamente para Edimburgo, para ir viver com a irmã.
Durante os últimos anos de vida entregou-se à revisão de sua obra e à redação de vários textos que apareceriam postumamente, entre eles uma autobiografia (1777). Solteiro convicto, morreu em Edimburgo vitima de um incurável câncer de estômago, sem deixar filhos. Sua obra foi fundamentalmente influente para Immanuel Kant e os positivistas, e também para o desenvolvimento do pensamento liberal clássico. Outras portentosas obras de sua autoria foram Philosophical Essays Concerning Human Understanding (1748), Enquiry Concerning the Principles of Morals (1751) e o espetacular sucesso The History of England (1754-1762, quatro volumes), obra que durante décadas foi usada como padrão nas escolas britânicas.