Bíblico rei judeu nascido em Belém, na Judéia, tido como fundador do poder militar judaico e símbolo da aliança entre Deus e seu povo. Sua história é narrada na Bíblia, nos livros I e II de Samuel. Harpista na corte do rei Saul, primeiro rei de Israel, na guerra contra os filisteus, armado com uma funda, matou Golias, o gigantesco campeão dos inimigos. Essa vitória e outras que se seguiram despertaram o entusiasmo do povo. Enciumado, o rei resolveu eliminar o rapaz, embora este tivesse se casado com sua filha Micol e fosse amigo de seu filho Jônatas. Fugindo então da corte, viveu em seguida em vários lugares, enquanto seus partidários tornavam-se cada vez mais numerosos. Depois da morte do rei e seu filho em luta contra os filisteus, regressou à Judéia e sua tribo o nomeou rei, ao mesmo tempo em que as tribos restantes elegiam Isbaal, outro filho de Saul.
Na guerra que se seguiu, Isbaal foi morto e assim ele tornou-se rei de Israel, fixando a capital em Jerusalém, que conquistou dos jebuseus, e para lá transferindo a Arca da Aliança, maior símbolo religioso dos israelitas. Como soberano foi um notável administrador e também muito culto. Poeta e músico, foi o principal criador das composições que formam o Livro dos Salmos, 150 poemas líricos do Antigo Testamento, primitivamente escritos em hebraico por autores diversos, mas na maioria, a ele atribuídos. Estes salmos eram cantados nos ofícios divinos do templo de Jerusalém, e depois foram aceitos pelas Igrejas cristãs como parte de sua liturgia. Seu primeiro filho Absalão, julgando-o velho para governar, tentou usurpar-lhe o trono a força, mas depois de fracassado foi obrigado a fugir e acabou morto por um general do exército real, apesar das ordens em contrário. Antes de morrer ungiu como rei seu segundo filho, Salomão, filho de seu adultério com Betsabéia, mulher de Urias, seu general, morto indiretamente por ordem do soberano para que este pudesse ficar legalmente com a viúva. Do grande e sábio Salomão descenderia mais tarde Maria e José.