Nasceu em 1598 na cidade de São Miguel de Pinheiro que pertence ao distrito de Beja em Portugal. Filho de Fernão Vieira Tavares e Francisca Pinheiro da Costa Bravo. Em 1618 chega ao Brasil aos 20 anos idade, junto de seu pai que passaria a representar Dom Álvaro Pires de Castro que era dono das capitanias de Itamaracá, São Vicente e Santo Amaro. Fernão Tavares passa a ser governador da província de São Vicente da qual fazia parte a pequena Vila de São Paulo. Raposo Tavares passou a acompanhar seu pai na administração da província e assim foi aprendendo e conhecendo a nova terra.
Em 1622 aos 24 anos de idade se casa pela primeira vez com Beatriz Furtado de Mendonça, o casal teve dois filhos, mas um pouco mais tarde sua esposa e companheira veio a falecer e depois de dez anos de viuvez, voltou a se casar com uma viúva chamada Lucrécia Leme Borges de Cerqueira, mãe de oito filhos. Dentro do segundo casamento teve uma filha.
Pouco tempo depois de estar instalado e acostumado com a terra chamada Brasil, Raposo Tavares já era um bandeirante motivado e preparado para iniciar diversas expedições em busca de indígenas para capturar.
Nessa época a captura de índios para comercializá-los era uma ótima forma de ganhar muito dinheiro. Em guerra com a Espanha os holandeses invadem e atacam a Bahia a partir de 1624 e isso passou a dificultar a vinda de escravos para o Brasil. No inicio da jornada como bandeirante, Raposo Tavares passou a receber várias denúncias e com isso recebeu diversas ordens de prisão por liderar bandeiras “ilegais” e também por ter reunido grande números de indígenas para serem comercializados.
Em 1628 Raposo Tavares inicia sua primeira expedição partindo de sua fazenda que ficava situada ao redor de Quitaúna (região que hoje fica Osasco) rumo ao sul em direção a província do Guairá (oeste do Paraná). A região do Guairá tinha diversas aldeias indígenas, que abrigavam índios que boa parte deles já tinham sido catequizados pelos jesuítas espanhóis. Em 1628 se dá inicio a primeira bandeira formada por Antonio Raposo Tavares que tinha cerca de 2 mil índios e mais de 900 brancos e mamelucos, mas que foi chefiada por Manuel Preto, um bandeirante bem mais experiente. Aos poucos as aldeias foram sendo destruídas, os índios sendo aprisionados, os jesuítas foram expulsos e a bandeira de Raposo amplia as fronteiras do Brasil.
Em 1629 Raposo Tavares retorna a São Paulo e em 1633 é nomeado juiz ordinário da Capitania de São Vicente, mas abre mão do cargo para ser ouvidor da capitania de São Vicente.
Após três anos em 1636, parte para uma nova expedição dessa vez em Tapes no Rio Grande do Sul, ocupando as aldeias que culminaram para a prisão de mais indígenas e expulsão dos jesuítas da região. Ao regressar novamente para São Paulo em 1638, O capitão-mor de São Vicente o presenteia com uma grande extensão de terra.
De 1639 a 1642 participou do grupo que lutou de forma muito violenta contra os holandeses que haviam invadido a Bahia, onde sua tropa é cercada e batida nos combates marítimos, mas em uma outra investida combateram na Bahia e em Pernambuco.
Em 1648 ocorre sua ultima expedição chamada “Bandeira dos Limites”, partiu de São Paulo em 1648, com 1.200 homens – brancos, mamelucos e índios em busca de prata.
A expedição percorreu mais de 10 mil quilômetros em três anos, tendo usado o curso do rio Paraguai, do rio Grande, do rio Mamoré, do rio Madeira e do rio Amazonas. Ao chegar à foz do Amazonas, em Gurupá, no Pará, a tropa estava reduzida a 59 brancos e alguns índios. Da cidade de Belém do Pará, os sobreviventes retornaram a São Paulo, onde o bandeirante viria a falecer em sua fazenda localizada em Quitaúna. Poucos registros históricos ainda mencionam Raposo Tavares depois de sua última expedição. Ao final da vida, Raposo Tavares estava irreconhecível, o cabelo inteiramente branco e desgrenhado, os olhos encovados e sem vida, os músculos definhados, os ombros vergados e mirrados. A maioria dos historiadores supõe que ele morreu em 1658 aos 60 anos.
Referências Bibliográficas:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raposo_Tavares
https://educacao.uol.com.br/biografias/raposo-tavares.htm
https://www.ebiografia.com/raposo_tavares/
https://www.infoescola.com/biografias/antonio-raposo-tavares/
https://www.algosobre.com.br/biografias/antonio-raposo-tavares.html
Grandes Personagens da Nossa História: Raposo Tavares. São Paulo: Abril. 1969. 160-171 p.
PINTO, Pedro. Raposo Tavares: O Último Bandeirante. São Paulo: Planeta. 2015. 15-16 p.
Autor: Patrick da Silva Medeiros
Graduado em História pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)